"Ciência não deve ser inacessível. Conhecimento é liberdade"

"Ciência não deve ser inacessível. Conhecimento é liberdade"

Conheça Marcus Amaral, um dos pesquisadores da Sallve

Você já deve ter visto o nome do Marcus Amaral Leite aqui pelo blog da Sallve. Ele é um dos pesquisadores da nossa equipe de Pesquisa & Desenvolvimento e também é responsável por desmistificar alguns pontos complicados quando o assunto é formulação de produtos. Por isso, ele é figura constante por aqui. E chegou a hora de conhecer melhor o que ele faz na Sallve!

O Marcus tem 22 anos, é de Belo Horizonte (MG), mas mora em São Paulo desde 2015. Aos 17 anos, chegou em terras paulistanas para estudar Engenharia Química na USP (Universidade de São Paulo). Três anos depois, deixou a cidade para estudar Engenharia de Produtos na França por dois anos. Chique!

“Escolhi ser engenheiro lá atrás por sempre ter sido muito curioso, era fascinado com as coisas de química que via no Ensino Médio e queria saber de todo jeito porque as coisas eram como eram. No meio do curso, tive um certo dilema por ter perdido completamente o fascínio que eu tinha pela descoberta do motivo das coisas, pensei em desistir por um momento e ir fazer algum curso completamente diferente. Fiz três optativas de Design e uma de Comunicação na época, elas foram perfeitas”, conta.

E foi justamente durante o intercâmbio é que percebeu que poderia juntar algumas paixões e trabalhar no mercado de beleza. “Conversando com um amigo de sala, me dei conta que eu poderia juntar todo esse meu lado técnico com o que eu sempre amei, que é beleza e moda (fui o filho que ficava vendo todos os dias a mãe passando seus cremes, colocando suas joias e passando seu perfume). Me dei conta da possibilidade de trabalhar em empresas como a Sallve, em que toda a minha bagagem técnica poderia ser usada para gerar um sentimento, um cuidado, um momento em que alguém se sente melhor - e aí decidi que queria trabalhar nos cosméticos”, explica.

Quer saber mais sobre o Marcus? Ele mesmo conta! “Eu amo moda, amo maquiagem (por mais que ainda não pratique absolutamente nada do assunto), amo cozinhar, amo fisicoquímica, amo filmes e desenhos, amo shows, sou péssimo de esportes, já fui muito mais militante LGBT do que sou hoje, sou canceriano (pra quem é dos signos), sou filho único por parte de mãe e caçula por parte de pai, míope e alérgico a poeira”, diz.

O que você faz na Sallve?

Sou pesquisador, meu trabalho é formular, junto com minha equipe, os produtos que a nossa comunidade pede. Além disso, eu tenho um papel de realizar a integração do P&D com outras equipes da Sallve que precisem de suporte técnico, ajudando com posts mais técnicos no Instagram, atendimentos mais específicos ao consumidor, ajudando com algumas referências do blog, etc.

Como chegou por aqui?

Eu cheguei na Sallve através de um amigo que também trabalha com a gente, o Armando Nader. Quando eu estava em intercâmbio, ele foi contratado e, assim que ele me contou, eu pedi pra ele me arrumar uma vaga! Eu sou das pessoas que seguiam a marca desde que ela era um perfil de geleias no Instagram, por conhecer e admirar muito o trabalho da Julia Petit, e achava que a marca tinha um futuro bem grande do qual eu tinha que fazer parte. Uns meses depois, ele me avisou da vaga em aberta em P&D e eu entrei em contato com a Juliana Shor, uma das co-fundadoras, e fiz minha entrevista por Skype algumas semanas depois. Acabei sendo escolhido pra vaga e, assim que cheguei no Brasil, comecei a trabalhar aqui!

Como é a área de P & D na Sallve? O que ela tem de único?

A equipe de P&D na Sallve é muito especial, em primeiro lugar, pelas pessoas com quem trabalho. Aprendo e aprendi horrores nesses nove meses de trabalho, e sempre me senti 100% acolhido - uma preocupação que eu tinha muito devido ao que se vê de homofobia em meios empresariais. De um ponto de vista estrutural, o grande ganho da forma com a qual nós funcionamos aqui dentro é o fato de nós fazermos sempre juntos: juntos da comunidade externa e interna da empresa. Por mais que isso gere mais discussões e desentendimentos que um esquema clássico de P&D compartimentalizado e distante, obtemos resultados incríveis num tempo recorde.

Você é responsável por buscar novos ingredientes ativos. Quais os desafios dessa área? No que a Sallve inova nessa parte?

A busca de novos ativos é feita muito em conjunto também. Nós, juntos do Marketing, fazemos um escopo do produto e disparamos para nossos fornecedores o que nós procuramos. Como temos muitos fornecedores bem parceiros, eles conhecem nosso perfil de inovação e nos mostram o de mais moderno que possuem! Daí, a gente já consegue ir filtrando o que tem de mais novo e interessante. Além disso, seguimos revistas, sites, grupos de análise de tendência, seminários e conferências sobre formulação de cosméticos, e isso nos norteia bem para saber o estado da arte no Brasil.

Você também faz uma interface com outros institutos de pesquisa. Apesar da Sallve ter seu P&D próprio, por que é importante estar aberto para institutos de fora?

Sim, eu sou a pessoa responsável hoje no time por gerir a parte de testes clínicos com institutos de pesquisa. É fundamental que tenhamos essas parcerias por precisarmos de uma avaliação regulamentada e controlada pela ANVISA dos nossos produtos. Temos nossos testes internos e temos controle do que está acontecendo no nosso produto, mas por uma questão de segurança é fundamental que o produto seja avaliado por profissionais (dermatologistas, microbiologistas, farmacêuticos etc.) especializados em segurança e eficácia dermatológica externos à empresa.

Você ajuda a desmistificar alguns pontos sobre a formulação de produtos. Por que é importante tornar esse assunto, que é muito técnico e difícil, acessível para a comunidade?

A importância de traduzir o que é técnico da forma o mais palpável possível é de aproximar o consumidor dos seus hábitos de cuidado. De deixá-lo ciente do que está fazendo, porque está fazendo e como está fazendo para que ele construa de maneira mais pessoal possível sua rotina de cuidados. Vivemos num mundo em que a informação está restrita a um grupo extremamente elitizado que exerce um poder intelectual. A ciência não deve ser algo difícil, inacessível e elitista, conhecimento é liberdade e é preciso que as pessoas retomem suas narrativas - nem que seja só sabendo qual ativo funciona para sua pele. Lembrando sempre que não queremos, nunca, substituir dermatologistas, é muito perigosa a nossa cultura de automedicação e muitas vezes a única pessoa que pode realmente nos ajudar é um profissional especializado.

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