Algoritmo da dança: o teu gingado tem a tua assinatura

Algoritmo da dança: o teu gingado tem a tua assinatura

Seja você o que dança no centro da turma ou o envergonhado que mal bate o pé: mesmo um balançar de cabeça pode ser único de pessoa para pessoa.

Você é do tipo que anima qualquer pista de dança? Ou que acompanha com um leve rebolado o ritmo? A ciência explica que o modo como você se movimenta é uma tua assinatura e ninguém a faz igual!

Laura Fuhrman

Algoritmo da dança

Foi acidentalmente que um grupo de cientistas da Universidade de Jyväskylä, na Finlândia, descobriu o algoritmo da dança. O experimento inicial era com 73 voluntários que dançavam livremente cada um dos oito ritmos tocados. O objetivo era o de testar se o algoritmo identificava, a partir da captura de movimentos, qual gênero de música eles estavam dançando entre blues, country, eletrônica, jazz, heavy metal, pop, reggae e rap.

O teste inicial foi um falimento. O algoritmo identificou apenas 30% dos sons. Mas, uma outra resposta apareceu: o robô identificou qual participante estava dançando. “Aparentemente, os movimentos de dança de uma pessoa são uma espécie de ‘impressão digital’”, explicou Pasi Saari, que faz parte do grupo de estudos.

Clem Onojeghuo / Unsplash

O que o robô identificou é que independente do gênero musical que estamos dançando, cada pessoa tem o seu padrão de movimentos, o seu gingado.
E esse movimento é único para cada pessoa. Até mesmo quando o som é heavy metal, que não se "dança" mas se faz o movimento de cabeça chamado de headbanging, o algoritmo acerta, em 80% dos casos, quem está balançando a cabeleira.

O movimento perfeito

Um outro estudo conduzido com captura de movimento, por um grupo de pesquisa da Inglaterra, da Universidade Northumbria, de Newcastle, teve como objetivo entender quais são os movimentos de um bom dançarino.

A pesquisa foi feita da seguinte forma: 200 pessoas votaram após assistirem 15 segundos de vídeo com avatares de cada uma das 39 dançarinas. E assim chegaram ao resultado que aponta três movimentos que indicam uma boa dançarina - o teste vale só para mulheres.

Os três movimentos chave

São eles: movimento grande dos quadris, movimentos mais leves das pernas, e braços em constante movimento.

Para quem quiser aprender o movimento apontado pela equipe de pesquisa como o melhor de todos: você pode assistir ao vídeo publicado pela revista Nature, de Londres. Veja também aqui o que teve a menor pontuação.

Mas calma lá: antes de assistir ao vídeo e descobrir que você dá de dez a zero quando entra na avenida no Carnaval, saiba que essa dança "perfeita" tem uma explicação biológica.

O professor responsável pelo estudo, o psicólogo Dr. Nick Neave disse ao The Guardian “que todas as avaliações dão pistas honestas para o potencial reprodutivo, de saúde e da personalidade”.
“A maneira como você se move é crucial e está ligada à sua saúde, seu status hormonal, sua personalidade e também possivelmente pode ter relação com a inteligência e a criatividade”, concluiu o Dr. Neave.

Frame YouTube

O movimento é sexy

Em 2010 a mesma equipe de pesquisa conduziu o mesmo teste mas voltado aos homens. A conclusão é a de que um bom dançarino é o que tem movimentos de repertório que envolviam torcer e girar o tronco e o pescoço. Já sentiu a dor do torcicolo só de pensar?

A pesquisa, de amostragem ainda mais baixa, também avaliação dos avatares com a dança de 19 homens de 18 a 35 anos, que foram classificados por várias dúzias de mulheres heterossexuais.
A conclusão é a de que "a diferença entre um dançarino ruim e um bom dançarino se resume ao pescoço, tronco e joelho direito. As mulheres tendem a ser atraídas por homens que movem a parte superior do corpo, usam muito espaço e variam seus movimentos", citando o artigo da Popular Science.

"Se um homem sabe quais são os movimentos principais, ele pode receber algum treinamento e melhorar suas chances de atrair uma mulher através de seu estilo de dança", concluiu o psicólogo Dr. Nick Neave.

Quem ficou interessado em saber mais sobre a dança do acasalamento para os homens pode ler o artigo científico publicado na Royal Society.

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