Turnê Sallve: Acre

Turnê Sallve: Acre

Quer saber o que rolou na nossa colab lá no Acre? Vem que a gente te conta tudinho.

Foto: Instagram @thainamatias

"Já pensou o ar condicionado no 15 e a gente suando?" A música de Wesley Safadão pode até ser sobre outra coisa, mas quem participou da primeira colab da nossa Turnê Sallve, jura que a frase descreve exatamente o que é morar no Acre.

O estado, que abriu nossa série de colabs que vai percorrer virtualmente os 27 estados brasileiros em um papo sobre pele, foi muito bem representado por um time de acreanas e acreanos (de nascença ou por escolha mesmo!), que compartilharam suas experiências de skincare e como é sua relação com cosméticos e maquiagem em meio a tanto calor: bem-vindos, Igor Martins, Carol, Mariana, Thainá Matias, Marília Gurgel e Zara Gabriela!

"Ter pele seca no Acre é ostentação!"

Igor Martins

"Já pensou morar numa Air fryer? Então, isso é o Acre", define Marília. O clima do estado - com estações do ano divididas entre "pouco quente, quente e muito quente", segundo ela, impõe necessidades de skincare bem diferentes. "O Acre é muito específico quando se fala de pele. Tem períodos muito úmidos em que a pele não absorve nada e outros em que parece que sua pele está fritando, e que a a absorção acaba sendo rápida demais", explica.

"Nossa pele é única, é particular. Muitas vezes a gente usa um produto aqui em Rio Branco, mas quando muda de lugar ele já muda completamente a ação, o jeito que ele se comporta na sua pele. E aí fica evidente que nosso clima, o que a gente come, tudo influencia nossa pele", diz Igor Martins, que a gente já te apresentou aqui com sua drag queen Agatha Power. Verdade absoluta!

Mariana concorda: "Eu venho originalmente do cerrado, e lá é secura total, você tem que hidratar pra caramba. Mas se eu passar aqui os cremes que passava lá a pele brilha, não posso. Tenho a pele muito oleosa, tive muita acne na adolescência, e essa oleosidade da pele piorava muito toda vez que vinha para o Acre antes de me mudar para cá: junta o calor, nossa água com muito cloro e a umidade, por conta da proximidade com a floresta. Então aqui não tem aquela de ter o cabelo seco, com brilho, que nem tem em São Paulo. Aqui o cabelo gruda mesmo, a pele também."

Consequência direta de tanto calor? A mudança brusca de temperatura o tempo todo: o movimento constante do quente da rua para o ar condicionado gelado em lugares fechados acaba influindo diretamente na saúde da pela dos acreanos, que é mais sensível por conta de tanta exposição solar. "A gente não se aventura muito com pele", afirma Tainá. Igor, por sua vez, retruca: "Ah, eu sou mais vidaloca. Eu experimento tudo mesmo!"

Queimaduras, manchas, reações e alergia até ao suor fazem parte da rotina da pele sensível dos acreanos - e talvez por isso mesmo a filosofia de seguir à risca as receitinhas caseiras das avós ainda seja forte no estado: borra de café, óleo de açaí, urucum, babosa, iogurte, mel... Tudo isso faz parte do repertório de skincare feito em casa dos acreanos, bem tradicional, passado de geração para geração: "A gente passa a babosa até no cabelo!", diz Carol. Outro truque local? Deixar o óleo hidratante no box, para passar ainda molhado no chuveiro. É que, segundo Mariana, o clima tão quente e úmido do Acre acaba deixando a pele hidratada com um bom cremão grudenta demais.

E a relação com maquiagem e skincare?

Igor Martins, Carol, Mariana, Marília e Zara têm, cada um, sua jornada da pele tão pessoal: Zara com suas sardinhas, Carol com sua acne bem forte, Mariana de pele super oleosa, acneica e com melasma na gravidez, Marília e uma experiência profunda com Roacutan, e Tainá com poros dilatados, que sempre preferiu fazer misturinhas caseiras por conta de sua pele sensível: "tenho alergia até ao meu suor. Agora que comecei a me preocupar mais com minha pele."

Mas o que todos têm em comum? O cuidado com a pele como uma consequência direta de um processo arrebatador de autoaceitação: "Tive a fase de tentar esconder minhas sardas na infância, mas na adolescência comecei meu processo de autoaceitação. Comecei a olhar para a minha pele e parar de tentar mascará-la", diz Zara. "Por isso não sou muito fã de maquiagem, porque demorei muito tempo para aceitar minha pele, então quando aconteceu, decidi que não queria mais esconde-la. Mas foi só no ano passado, quando comecei a ver minha pele manchando com a exposição ao sol sem proteção solar, que comecei a me tocar que precisava cuidar dela."

Carol, por sua vez, começou a descobrir o skincare logo após se apaixonar por maquiagem, na época da faculdade, e entender que se sua pele não estivesse bem cuidada por baixo, nem a melhor base do mundo adiantaria: "Era uma época em que o skincare não era tão difundido, então achava que bastava uma pele reboco e tava tudo certo. Não queria sair de casa sem base, achava que minhas manchas eram feias, que as pessoas iam ficar reparando", relembra. "Foi aí que comecei a entrar nesse processo de autoaceitação e entender que não teria aquela pele da menina de revista, ou da menina que fez um procedimento estético qualquer, mas comecei a entender que eu não teria aquela pele porque essa é a minha pele. É a minha característica. Eu estava enxergando minhas espinhas como meus defeitos, quando são meus adjetivos, são coisas que descrevem o que eu sou. Por que eu estou com vergonha da minha pele? Isso sou eu, todas essas células me compõem."

Carol (@makedeoculos)

"Não tem problema você não ter a pele da menina da capa de revista. Não se sinta na neura de que você só pode ter aquela pele."

Carol

Mariana também viu o início de sua relação com o skincare nascendo da maquiagem: "Era apresentadora de televisão, então usava muita maquiagem, e vi que precisava começar a cuidar da pele. Sempre investi muito em skincare, e quando a gente compra importados, muitas vezes quando usamos aqui o resultado é totalmente diferente", conta. "Conversando com o Fernando Torquatto em 2013, perguntei a ele qual era o segredo da maquiagem perfeita, e ele disse que era uma pele muito bem tratada. Isso não saiu da minha cabeça."

Já o relacionamento do Igor com skincare veio com um momento intenso na sua vida, e um grande susto: "Com 23 anos houve uma revolução enorme na minha vida. Sofri um AVC, e depois disso perdi 40 quilos, mas pela minha saúde mesmo. Comecei a querer me cuidar melhor, me enxergar melhor, e isso incluía minha pele. O outro marco que me fez cuidar mais da minha pele foi me descobrir uma pessoa que gosta de usar maquiagem. Comecei a enfatizar ainda mais minha rotina de pele."

"Aqui você tem que lavar bem sua pele, porque tem a fuligem, tem a queimada... Mais do que vaidade, é uma questão de saúde."

Igor Martins

Marília, por sua vez, nasceu no mundo da beleza, sendo filha de uma maquiadora profissional, que lhe ensinou desde cedo o poder de uma pele bem cuidada: "A gente não tinha uma cultura de dermatologista, mas ela tinha plena noção de que a pele impecável era essencial para uma boa maquiagem". Sua jornada da pele, porém, é marcada por sua experiência com o Roacutan, por conta de um quadro de acne severa: "Fiz o tratamento por nove meses e minha pele passou de extremamente oleosa para extremamente seca. Tive sequelas muito serias do Roacutan, e depois de quatro anos do tratamento tomando a dose plena, ainda estou me recuperando. Hoje meu maior gasto é com a minha pele, gosto de cuidar dela."

Dá para notar que a conversa foi animadíssima? Amanhã (22/07) a gente segue rumo ao Mato Grosso do Sul. Quer se inscrever para as próximas edições? É só clicar aqui!

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