#Vivasuapele Guigas: de armadilhas ao consumo consciente

#Vivasuapele Guigas: de armadilhas ao consumo consciente

Com vocês, direto do Amazonas (rufo de tambores)... Guigas! O nosso papo foi sobre skincare, a pressão do autocuidado e consumo consciente.

Na semana passada a Turnê Sallve foi virtualmente ao Amazonas, numa conversa deliciosa sobre heranças de beleza, clima (por lá eles chamam de inverno e inferno) e claro, cuidados com a pele (das dicas de expert à quem está iniciando no assunto). E entre os convidados da Turnê conhecemos Guigas - aliás, se você ainda não o segue, preciso te contar que o conteúdo de Guigas é de beleza com consciência de como é a nossa pele, com equilíbrio e muita relevância.

"Minha pele não é lisa igual a como a gente vê no Instagram", Guigas

A gente já falou muito aqui no blog da Sallve sobre os filtros de Instagram e os padrões de beleza nas redes sociais. Há alguns dias, o Álvaro Bigaton foi além, analisando a febre de criar olheiras com a maquiagem no Tiktok.

+ Qual seria o antídoto para a gente parar de se comparar com os outros?

É sempre importante a gente discutir essas imagens, pontuar o que é uma pele real, uma imagem real. E é exatamente o que propõe Guigas.

Foi conversando exatamente sobre a publicação acima, em que ele apresenta a sua pele real, que ele explicou: "eu produzi mais pra eu poder me enxergar uma pessoa humana, um corpo orgânico que está sempre em mudança e que minha pele não é lisa igual a como a gente vê em muitos posts no Instagram".

Guigas levanta um ponto muito interessante: o autocuidado entre o carinho e a imposição. "Esse pensamento de que skincare é um autocuidado, um carinho, veio depois, quando eu me vi presa na rotina. Eu ia dormir e se não fizesse todos os passos eu me sentia mal. E quando percebi que eu me tava me sentindo mal por não estar fazendo todos os passos, por estar cansada, ou ter acordado atrasado para um compromisso, eu dei uma recapitulada nos meus atos. Quando eu passo um produto no rosto eu estou trazendo algo bom pra minha pele, estou fazendo um carinho, fazendo uma massagem e me sentindo mais humana, me sentindo enquanto uma pessoa que se ama, que merece carinho", reflete.

E esse argumento é muito importante. É viver bem o cuidado com a pele, com equilíbrio, sem nos cobrar em realizar dez passos (se você o faz e gosta, ótimo!). O que Guigas conta, é que se sentiu em uma armadilha. "Me vi presa, foi desesperador. Eu parei e falei opa, tem algo de errado aqui, não é pra isso acontecer, não tenho que me sentir mal porque eu esqueci ou eu não pude passar um produto específico. O importante é que eu mantive a minha pele limpa e eu a hidratei de uma forma correta. E se, hoje eu dormi sem lavar o rosto, tudo bem, porque eu estava cansado, porque eu precisava dormir".

Guigas conta que conseguiu encontrar um ponto de equilíbrio na sua rotina: "quando faço os meus cuidados com a pele, eu faço com calma, eu passo os produtos de uma forma que eu estou dando amor pra mim. Porque a gente espera muito ser amado por corpos externos, por outras pessoas, mas a gente acaba esquecendo de se amar. Esse momento de cuidado com a pele, para mim, é a maior demonstração de amor que eu tenho comigo e é um momento em que eu lembro e eu falo: esse corpo que está em mudança constantemente, merece tanto carinho, tanta atenção porque é ele que me carrega, me leva pra tantos lugares. Sou eu que dou suporte pra mim. Foi nesse momento de aprisionamento que eu tive essa consciência do autocuidado ser mesmo um cuidado e não uma obrigação, uma regra universal".

Guigas / divulgação

Já parou pra pensar quanta diversidade você encontra nos conteúdos que consome? "A população é enorme, tem características diversas, corpos diversos e tonalidades de peles diversas. E a gente precisou chegar e falar: o meu corpo é assim, ele não é magro, não é definido, minha pele não é clarinha, minha pele tem manchas, tem poros enormes e é isso o que eu tenho a mostrar a vocês. Pra gente poder se enxergar enquanto humana - isso é muito louco, né?", reflete Guigas, com um assunto tão urgente.

Enquanto a gente tá na internet a gente se vê uma imagem, ou, um ser imaterial. Mas nós somos pessoas humanas, palpáveis. Temos celulite, temos estrias. O rosto tem manchas, tem poros dilatados e a pele fica oleosa.

Guigas

Na conversa da Turnê Sallve no Amazonas, Guigas contou que passou da fase da pele matificada à fase "beijada pelos orvalhos". E conta, "é uma expressão que eu amo pra definir a minha pele: de ter sido beijada pelos orvalhos, porque é assim que eu me sinto no final do dia. É como se ao longo do dia várias fadas estivessem em volta de mim borrifando água e óleos essenciais pra deixar a minha pele mais viva, mais viçosa, com uma aparência mais bonita. E eu acho incrível ver meu corpo funcionando, abraçar essa estrutura em que eu vivo hoje. E entender sim, a pele saudável não é opaca, ela é viçosa, cheia de brilho. Na minha fase de pele matificada eu tive medo de o que as pessoas iam pensar da minha pele oleosa. Hoje em dia, o que eu cuido em relação a pele oleosa é a textura da minha pele, acne e outros pontos inflamatórios. Essa oleosidade faz eu me sentir viva e eu amo".

Consumo consciente

Pra fechar a nossa conversa, mais um ponto tão relevante, que precisamos trazer à discussão sempre que possível.
Guigas produz conteúdo de beleza, mas de uma forma que pode ser nova para grande parte do público: usando um produto até o fim para então falar o que achou / como ele se comportou na sua pele.

"Consumir um produto de forma consciente é isso: a gente compra o produto, usa até o final pra gente ver se a gente ver se funcionou ou não. Pra ver a experiência de uma, duas semanas, como ele se comportou durante os meses, quanto tempo aquele produto durou. É um assunto que a gente, realmente, tem que falar mais. Eu vejo muitos influenciadores de cuidados com a pele só falarem dos produtos mas não lembrar o seu público que o uso daqueles vários produtos é por conta do trabalho, não porque ele realmente precisam daquilo. O público acaba seguindo o mesmo caminho de usar muitos produtos, comprar muitos produtos e estraga-los, sem usar até o final, porque acabou comprando muito da mesma categoria. Eu mostro que só vale a pena comprar o produto se tu for usar até o final. Nem todas as marcas têm a questão de fazer uma embalagem reciclável, ou que pegue a embalagem de volta, ou, que não vá degradar o meio-ambiente. A gente precisa falar mais". E precisa mesmo!

+ Clean beauty e consumo consciente de beleza com A Naturalíssima.

Em outra parada da Turnê Sallve, em Sergipe, a Julia Petit, co-fundadora da Sallve, levantou o assunto: "não adianta ter um monte de produto de cuidado pra pele, porque vai estragar ou, você vai misturar um monte de coisa ao mesmo tempo e não vai saber o que está funcionando ou o que deu ruim. Vê o que você já tem e monta uma agendinha pra ir gastando. E ai você vai pensando no futuro: quando acaba esse, começa com um novo". Conselho bom da Julia, né?

+ Planner da Sallve para organizar a rotina de skincare

Gostou da nossa conversa com Guigas? Fica de olho aqui no blog: a Turnê Sallve continua viajando do Oiapoque ao Chuí, passando por todos os estados do Brasil.

Voltar para o blog