#vivasuapele: Victor Gabriel e o processo de amar a própria pele

#vivasuapele: Victor Gabriel e o processo de amar a própria pele

Estamos apaixonados por @peledevictor

Foi durante a passagem da Turnê Sallve no Distrito Federal que conhecemos um pouquinho melhor a história de Victor Gabriel, 23 anos, e todo o seu carinho pela própria pele. É claro que não foi e nem é sempre assim, mas esse morador de Brasília teve crescimentos tão significativos nessa relação que acabou criando o @peledevictor para falar sobre as descobertas que tem diariamente com sua pele e a acne.

Victor
Crédito: Reprodução/Instagram

"Eu estava em um período de surto de acne muito intenso. Minha pele estava bem manchada na época. Comecei a usar alguns produtos e vi que estavam dando resultado, e quis compartilhar com as pessoas através de uma rede social. Queria que elas tivessem essas informações. Foi aí que eu criei o @peledevictor, em 2019", contou o influenciador que é enfermeiro, mas ainda não atua na área.

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Acne resistente

O Victor só começou a cuidar da pele pra valer quando tinha 19 anos, mas sua história com a acne começou aos 15, na adolescência, como acontece com muita gente. O rosto, de uma hora para outra, começou a apresentar espinhas e, consequentemente, algumas manchas.

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Até os 17 anos, ele nunca tinha consultado um dermatologista. "Dermatologista não é algo barato, uma consulta não é acessível para todo mundo e, na época, não era para mim. Tentei pelo SUS, porém não consegui na hora. Fiquei quatro anos na fila de espera e acabei conseguindo, só que na época eu já tinha acesso a dermatologista, já tinha dinheiro para ir", contou.

O influenciador contou que o incentivo para consultar um médico veio da avó. "Ela olhou pra mim e falou que não dava mais: 'Sua pele está em estado crítico e você precisa se consultar e ver o que a gente pode fazer'. Foi quando eu me submeti ao meu primeiro tratamento com Roacutan (medicamento usado no tratamento de acne), receitado pela minha dermatologista. Nessa época, eu tinha acne grau III”, relembra.

Para quem não lembra, há quatro tipos de acne. A III é quando o paciente apresenta cravos, espinhas pequenas e lesões maiores, mais profundas, dolorosas, avermelhadas e bem inflamadas (cistos).

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"Na época, eu nem conhecia o remédio, nem sabia o que era isso, mas ela me explicou direitinho. Tomei uma dose muito alta, dois comprimidos por dia durante oito meses. Terminei o tratamento e minha pele ficou bonita, não tinha acne, não tinha manchas. Não tinha nada. Era como se eu tivesse pele de bebê de novo", conta Victor.

Apesar do sucesso do tratamento, porém, Victor viu o quadro de acne voltar e, em alta intensidade, um ano e meio depois. Ele se submeteu outras duas vezes ao tratamento com medicação e chegou a consultar muitos dermatologistas no processo. "Eu achava que o problema de não ter um tratamento satisfatório era por conta dos dermatologistas. Eu até ia, e eles me passavam um tratamento, mas eu não tinha uma disciplina pra fazer", explicou.

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"Fiquei nesse ciclo, trocando de demartologistas, até a hora em que parei, fiquei cansado. Comecei a pesquisar na internet sobre cuidados com a pele, vi o pessoal testando produtos. Acompanhava blogs, Youtube. Comprei produtos e foi quando definitivamente, ali com uns 20 anos, comecei a cuidar do meu rosto. Comecei a cuidar de manhã e à noite, fazendo as duas rotinas por dia", explicou.

Foi nesse momento que ele começou a enxergar as vantagens de aliar uma rotina de skincare com o tratamento médico. "Os produtos me ajudaram bem, mas não 100%. Os cosméticos ajudam até certo ponto, mas a partir daí só um profissional de saúde ajuda a gente a tratar totalmente. Foi quando eu conheci minha dermatologista atual", conta o influenciador, que tem um quadro de acne resistente e decidiu recentemente que não quer mais se submeter a medicação, nem em baixas doses, por conta do incômodo com os efeitos colaterais.

Autocuidado e amor

"Eu não vou mentir que minha relação de carinho com a minha pele começou quando eu vi minha pele sem nenhuma mancha e nenhuma acne. Mas logo pensei assim: eu não posso amar ou gostar da minha pele somente nessa condição, porque a minha pele sempre vai ter alguma mancha ou alguma acne. Não posso amar minha pele só nessa condição de 'pele perfeita'", disparou o brasiliense ao refletir sobre quando o carinho pela pele começou.

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Victor Gabriel tinha uma relação complicada com as manchas e as cicatrizes da acne também. "Houve dias em que eu não gostava de me olhar no espelho, fazer rotina, porque eu achava que meu rosto estava feio. A acne afeta diretamente a nossa autoestima", opinou.

"Uma coisa que me arrependo é que, na época que eu tinha uns 15, 16 anos, em um momento de surto e crise com a minha pele, apaguei todas as minhas fotos antigas e fotos que eu estava com o rosto com muita acne. E eram fotos que eu gostava, com pessoas especiais, com meus amigos, minha família. Não tenho mais acesso a essas fotos. Se tem uma coisa que eu me arrependo dessa coisa da minha relação com a minha pele, dentro desse ambiente, é ter apagado as minhas fotos”, lamenta.

Entender o tempo também foi um processo precioso para aceitar as cicatrizes, as manchas e as espinhas, que seguem surgindo. "Hoje dia tenho uma relação muito boa com a minha pele, sei que se eu tiver um outro surto de acne, vou entender que é um processo e que vou sair daquele quadro. Mas preciso continuar naquele tratamento e entender que preciso amar minha pele do jeito que ela é", contou.

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A era dos filtros

O Victor tem muita consciência do seu papel como influenciador e também sobre o papel dos filtros do Instagram, que mascaram a realidade da pele. "Como uma pessoa que cria conteúdo sobre cuidados com a pele, as pessoas nunca vão me ver falando sobre a minha pele com filtro. Primeiro porque isso talvez passe a impressão de que a minha pele é aquela do filtro. As pessoas precisam me conhecer”, alertou.

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"Falando sobre pele, elas precisam ver a minha pele real. Tem dias que minha pele acorda com 3, 4 espinhas. As pessoas precisam entender que ela pode amanhecer assim e que ela vai ficar assim por algum período. A outra problemática é que eu acho que as pessoas usam tanto, que chega um dado um momento que aquilo vira a realidade e pessoa não se enxerga mais sem isso. Acho que a problemática está aí: só se vê com filtro e, quando se olha no espelho sem filtro, não consegue enxergar a beleza no que está ali", apontou.

Pele viçosa é tudo!

Uma coisa que vimos muito na Turnê Sallve do Distrito Federal é o amor absoluto por uma pele viçosa. O Victor é um dos amantes do brilho e conta que esse amor começou após os 19 anos. Antes disso, o sonho era pele "opaca" e bem mate.

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"Quando eu fui conhecendo mais esses produtos com toque mais brilhoso, comecei a gostar. Acho que talvez isso tenha influência do clima aqui em Brasília - vivemos em uma umidade muito baixa. É muito seco e quero sempre ter a sensação de pele hidratada. Acho que esse esse acabamento mais glow me traz essa impressão de que a minha pele está mais hidratada. Gosto quando vejo minha pele brilhando. E desde que comecei a gostar de pele glow, quero brilhar mais do que o sol, viu?", afirmou.

Cabelo cacheado: check!

Além de pele, o @peledevictor também fala sobre a descoberta do cabelo cacheado. O Victor não era um grande fã de seus cachos e até fazia progressiva para alisar os fios. "O cabelo é outro processo que eu tive comigo mesmo. Eu digo que eu comecei a me cuidar pelo meu cabelo. Comecei pelo cabelo, depois corpo e depois pele. Sempre gostei de cuidar do meu cabelo, aquela coisa de fazer hidratação, colocar sacola na cabeça."

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Porém, tanto cuidado acabou cansando, e ele decidiu manter a cabeça raspada por algum tempo. "Um pouco antes de começar o @peledevictor, meu cabelo já tinha crescido um pouco e vi que queria cachear. Pensei: não tô gostando desse cabelo cacheado aqui, não. Comecei a raspar com mais intensidade. As pessoas me questionavam o motivo de eu não usar o cabelo cacheado. Eu dizia que não gostava, que achava que não combinava comigo."

O Victor contou com o apoio de uma única amiga, que deu a maior força para que ele deixasse o cabelo crescer e assumisse de vez os cachos: "Eu me apaixonei pelo meu cabelo cacheado, acho a coisa mais linda do mundo, nunca mais vou raspar o cabelo. Comecei a entrar nesse universo, juntei o útil ao agradável e expandi para esse nicho também. Mas aceitar esse cabelo cacheado não foi uma coisa fácil. Aqui em casa o pessoal falava 'Nossa, o seu cabelo tá muito feito. Seu cabelo raspado estava mais bonito'", lembra.

"Acho que dentro desse universo de cabelo cacheado, a gente pensa muito na aceitação das outras pessoas. A opinião das pessoas influi na nossa vida, ninguém me falava que meu cabelo estava bonito. Só uma amiga. Pra mim, a opinião dela não tinha peso na época. Depois que eu comecei a me aceitar, eu já pensava: quer achar bonito, acha. Que não achar, paciência".

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