A ligação comprovada entre skincare e saúde mental

A ligação comprovada entre skincare e saúde mental

Cadê a plaquinha "Eu já sabia"? Profissionais afirmam que há sim um link forte entre saúde mental e skincare <3

 Foto: Marcus Lewis/ Unsplash

É engraçado como muitos elementos largamente relacionados ao universo feminino são taxados de fúteis. Moda, vaidade, skincare, maquiagem. Tudo bem a gente achar que um cara é "alinhado", mas uma mulher que se arruma demais é "preocupada demais com futilidades". Se ela gosta de se maquiar, é porque "se preocupa demais com aparências".

Nada disso, porém, é exclusivamente futilidade (pode até ser em parte, ou totalmente ou para alguns, mas e daí, né?). A forma como você se apresenta para a sociedade diz muito sobre quem você é e como você quer ser "lido" sem que você precise falar nada - olha esse post incrível no Instagram analisando como o Martin Luther King, Jr. era ligadíssimo na importância de como se vestia, por exemplo.

A maquiagem é a mesma coisa: pode ser forma de expressão, pode ser ferramenta de absoluta libertação, pode ser diversão, um caminho de autoconhecimento... Já com o skincare, os laços são ainda mais estreitos: segundo algumas psicoterapeutas que participaram do estudo State of Skin da revista InStyle, nossa rotina de cuidados com a pele está intimamente ligada à nossa saúde mental.

"Um dia de pele ruim pode afetar tremendamente a autoestima de uma mulher. Em alguns casos, algumas pacientes já me contaram que uma crise de acne severa pode impedi-las até de ir para a escola ou trabalho", conta a dermatologista Dra. Heather Woolery-Lloyd.

A psicoterapeuta Zakiyyah Abdul-Mateen também conta que já ouviu relatos do gênero de seus pacientes, e que de nada adianta julgá-los. Segundo ela, é da natureza humana se perceber sob o olhar e opinião dos outros.

Segundo a médica, todo mundo pode até ter essa noção de que é normal a pele ter dias bons e ruins, mas uma crença comum é a de que precisamos cobrir nossa pele quando ela está num desses dias mais rebeldes para ser aceito: "Ter autoconfiança apesar da acne ou qualquer outra condição de pele leva tempo e requer paciência", ela conta.

É justamente essa ideia de que a pele com alguma condição específica precisa ser coberta, escondida, que, segundo a Dra. Abdul-Mateen, gera essa sensação de isolamento: "O melasma pode ser uma tragédia para muitas mulheres. Sem tratamento, é difícil cobrir a pigmentação com maquiagem. Além de ser bem no meio das bochechas e testa. Mulheres adultas também morrem de vergonha de ter acne. Elas se sentem menos profissionais", analisa a médica.

Por tudo isso, a psicoterapeuta afirma que a nossa rotina de skincare tem uma ligação direta com nossa saúde mental: para ela, esse tempinho de autocuidado que temos com nós mesmas pode sim mudar nossas vidas, e bem além dos produtos certos, mas também porque nos leva a sermos mais carinhosas e cuidadosas com nós mesmas - o que, segundo a Dra. Zakiyyah, é fundamental para nossa sanidade mental. "É uma forma de autoamor, autoaceitação e cura", ela diz. 

Aprofundando ainda mais esse link, a Dra. Zakiyyah ressalta ainda mais um fator: "Há pontos do nosso corpo que promovem o relaxamento, e o rosto é um deles. Esse contato de pele com pele, dedos com o rosto, estimulam a circulação sanguínea e relaxam os músculos faciais. Só isso já manda para o cérebro um sinal de que você está em um estado de relaxamento, te dando uma sensação de paz".

Não é incrível? Mas calma que tem mais. Um estudo publicado em 2010 no Jornal Asiático de Beleza e Cosmetologia, resgatado pela revista InStyle, reafirma toda essa teoria: uma rotina de skincare consistente contribui para a melhora da autoestima de mulheres de meia idade, o que as leva a uma vida mais eficaz e feliz. <3

Para os profissionais que participaram do estudo da revista InStyle, a dica mais importante é: se você está sentindo que sua pele está impactando negativamente sua saúde mental, o primeiro passo é entender que isso é normal, e tá tudo bem. Ficar mal porque sua pele está "ruim" não é exagero nenhum. O segundo passo é entender que não importa qual seja sua relação com a sua pele, tirar um tempo para cuidar de você pode sim te ajudar muito a melhorar sua cabeça. Terceiro, e importantíssimo? Busque apoio profissional em um dermatologista e, se sentir que vai ajudar, um psicólogo.

Nós aqui na Sallve já falamos sobre esse quadro que pode sim desestabilizar tanto a gente: não adianta ficar nervoso, nem se descabelar. Ouvir o que sua pele está te falando requer calma, paciência, e muitas vezes a suspensão de alguns cosméticos para que ela possa descansar e voltar ao normal. 

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