A higiene diária do rosto é o primeiro passo para uma pele saudável e com viço. E ela se completa com a esfoliação de uma a duas vezes por semana. Só que essa esfoliação, dependendo do tipo de partículas usadas no seu esfoliante, pode impactar diretamente o meio ambiente.Você sabe qual é a diferença entre um esfoliante com micropartículas naturais e um esfoliante com micropartículas de plástico? Pronto, aqui a gente vai te explicar tudinho.
Micropartículas de plástico
A definição, nos explica Marcus Amaral, pesquisador da Sallve, é de "partículas poliméricas (plásticas) insolúveis em água que medem de 5mm para baixo que, a medida do seu uso e rejeito mantém a sua forma inicial". E são encontradas em muitos esfoliantes. O problema é que ao mesmo tempo em que aquelas bolinhas coloridas esfoliam a tua pele e a preparam para os ativos que virão em seguida, elas vão contaminar o meio ambiente.
"As micropartículas de plástico são ingeridas por alguns seres vivos na base da cadeia alimentar, e, como eles não são digeridos, eles podem se acumular no organismo e serem passados pra frente para os próximos elos da cadeia, gerando um desequilíbrio do bioma aquático - lembrando que humanos também fazem parte da cadeia", explica Marcus Amaral, pesquisador da nossa equipe de Pesquisa & Desenvolvimento.
Marcus explica ainda que "além de conterem em si alguns aditivos químicos que não fazem mal à pele (mas que podem fazer mal quando ingeridos), plásticos podem adsorver (quando um gás ou líquido penetram em um sólido) contaminantes tóxicos que estão no ambiente ao seu redor, levando esses compostos para dentro da cadeia alimentícia, inclusive de humanos. E quando a gente fala em todos os níveis da cadeia, é inclusive em plantas aquáticas que não crescem normalmente por causa dos plásticos".
Se o risco é tão alto, por que existem empresas que ainda apostam no plástico?
"O 'desafio' de não se usar microplásticos é primeiramente o custo associado às outras partículas que se encontram no mercado, mais caras. Além disso existem dois problemas mais técnicos que são em primeiro lugar a estabilidade das partículas na fórmula e em segundo lugar a morfologia (formato e tamanho) das partículas. E ambos os problemas podem ser contornados tecnologicamente, mas é sempre mais difícil do que só usar plástico que é super estável", esclarece o Marcus.
O fato de que a partícula seja de plástico ou natural, não vai interferir no efeito esfoliante, "desde que se tenha uma morfologia adequada", explica o nosso pesquisador. Portanto, não se trata de um componente nocivo à nossa pele mas sim ao meio ambiente.
Micropartículas naturais de bambu
A Sallve desenvolveu o esfoliante com micropartículas naturais retiradas de uma sílica orgânica que se encontra dentro dos talos de bambu. Ela exerce a sua função sem agredir a nossa pele, garantindo uma esfoliação física eficiente, mas ao mesmo tempo não agressiva. E também é segura e não oferece riscos ao meio ambiente.
O nosso Esfoliante Enzimático é três em um: ele te oferece no mesmo produto as efoliações física, química e enzimática - saiba mais sobre cada uma delas aqui. E a esfoliação física é a feita pelas microesferas naturais de bambu.
Elas também estão presentes no nosso Esfoliante Labial. Um esfoliante para os lábios que junta a experiência de esfoliação fina e confortável do nosso Esfoliante Enzimático com a hidratação do nosso Hidratante Labial.
Em formato de bastão, ele é fácil de aplicar, remove pelinhas ressecadas e uniformiza a textura dos lábios já na primeira aplicação, deixando um acabamento levemente hidratante na boca. Na fórmula, partículas de bambu, vitamina E e óleo de semente de uva.
E aí, que tal incluir na sua rotina de cuidados?
Como escolher o esfoliante?
Lembra das muitas vezes que falamos aqui na importância de aprendermos a ler os rótulos das embalagens? É ali que encontramos a origem da micropartícula usada no produto em questão.
Esses são os nomes que podem aparecer na lista de ingredientes:
- polyethylene (o mais usado em cosméticos).
- 1,4-butandiol/succinic acid/adipic acid/hdi copolymer;
- ammonium acryloyldimethyltaurate/laureth-7 methacrylate copolymer;
- ethylene/propylene copolymer;
- hydrogenated poly(c6-20 olefin);
- polylactic acid;
- polyethylene (o tipo majoritário que se encontra em cosméticos).
Às vezes é impossível lembrar se cada termo da lista de ingredientes é amigo ou não da nossa pele e ambiente. E a tecnologia nos ajuda muito nessas horas! O app do site Beat the MicroBead, do Plastic Soup, é um ótimo aliado! Você pode buscar pelo código de barras do produto ou por ingredientes e ele te alerta se o produto em questão tem polímeros na sua composição.
O Plastic Soup evidência que a estrada que temos a percorrer ainda é muito longa. No mapa abaixo você pode ver evidenciado em rosa os países que já proibiram o uso dos microplásticos; em azul claro os que irão proibir nos próximos anos; e em azul marinho os que tem a proposta de banir em qualquer tipo de cosméticos ou produtos de higiene (do esfoliante à pasta de dentes).
O Brasil, apesar de não ter sido evidenciado no mapa do Plastic Soup, tem uma projeto de lei em trâmite no Senado Federal. O projeto de lei n° 263, de 2018, prevê, entre outros, "vedar o uso de micropartículas de plástico na composição de produtos cosméticos". A ementa se estende para "produtos de higiene pessoal e cosméticos esfoliantes, tais como sabão, sabonete e pasta de dente, entre outros, que usam microplásticos como componentes".
Você pode ficar de olho no andamento do projeto no site do Senado.
Alguns estudos e referências usados para este texto
Elsevier - Environmental Toxicology and Pharmacology.
Microplastics in cosmetics: Environmental issues and needs for global bans
Beat the Microbead - Plastic Soup Foundation