Foto: Maryna Yazbeck/ Unsplash
Eu nunca vou me esquecer de dois momentos muito marcantes da minha relação com a minha pele (e a acne, por consequência). A primeira foi quando a profissional que cuida da minha pele me disse que eu havia superado a acne. Imediatamente meus olhos brilharam, não consegui conter o sorriso e pensei que começaria ali uma nova vida, sem espinha, sem crise.
Eu venci a acne!
Com a declaração tão bombástica, confundi minha tomada de controle de algo que me perturbou por tantos anos com displicência. Logo me vi mais relaxada com a minha pele. Afinal de contas, havia vencido a acne, né? Mas nada disso. Quem tem acne sabe bem que ela está sempre por perto, e que você tem que cuidar a vida inteira. Algum tempo depois aprendi a lição da pior maneira, quando voltei a ver minha pele fora de controle, precisando de um tratamento milagroso.
Esse é o problema quando você larga a sua pele de lado e ela reage como te dando um puxão de orelha. Você procura soluções imediatas e se frustra quando não consegue acelerar os resultados.
Desde então, nunca mais tratei minha pele com descaso. Superei a minha acne (ou, talvez, a controlei) porque cuido dela incessantemente, o que é completamente diferente de nunca mais ter que pensar nela. Lição aprendida.
Eu vi minha pele perfeita!
Posteriormente, outro momento muito marcante nessa minha estrada eterna de mãos dadas com a minha pele foi quando me olhei no espelho pela primeira vez e vi uma pele perfeita. Sem exagero, isso deve ter levado uns 25 anos.
É muito difícil se enxergar perfeita quando tudo o que você vê celebrado como beleza e perfeição absolutas são ideais que podem estar tão distantes do que é real para você. Porque você tem defeitos, queira ou não assumí-los, todo mundo tem. E tudo bem, vai? Na pele (só lá, RISOS, é brincadeira!) tenho muitos. As tão comentadas cicatrizes de acne, uma textura que foi muito difícil de domar, manchinhas, oleosidade. Volta e meia uma espinha. Está tudo ali.
Mas foi quando eu resolvi assumir uma rotina de cuidados com a pele consistente, usando exatamente os mesmos produtos todos os dias e descobrindo os milagres do ácido glicólico que minha pele foi se revelando perfeita para mim. A textura sempre tão desigual foi ficando mais suave. As cicatrizes mais sutis. As manchinhas mais claras. Um belo dia eu me olhei no espelho e enxerguei minha pele perfeita. E fiquei muito feliz. Podia não ser para mais ninguém, mas era para mim, que é a única coisa que importa, na verdade.
A gente pode querer ser perfeito sim
O que aprendi naquele dia é que a perfeição não precisa ser tão tabu. Ela pode ser simplesmente um conceito mais maleável, individual. Em tempos de tantos filtros de Instagram que oferecem a perfeição a um deslizar dos dedos tornando tudo tão imaculado, descobri e aprendi que pele perfeita, para mim, é a que eu curto. A minha pele perfeita é viçosa, com a textura gostosa de passar a mão e receber a base mais fininha. É a pele bem cuidada, antes de mais nada. Talvez daí surja o degrau para o próximo passo. Na verdade, já surgiu. Como eu cuido da minha pele e o que espero de cada produto que aplico, passou a ser algo muito mais pé no chão e alcançável. Partindo desse ponto, é muito mais fácil traçar o que eu quero, e o que pode funcionar.
Essa é a graça do skincare. Uma jornada em que você vai se descobrindo, ligando menos para os outros e mais para você. E não é assim que tem que ser?
E para você, o que é seu ideal de pele perfeita? Nos conte! A Sallve quer muito saber mais sobre você!