O meu, o seu, o nosso corpo cansado

O meu, o seu, o nosso corpo cansado

Você também está se sentindo no roteiro do Dia da Marmota numa reprise sem fim? Então vem cá, vamos conversar sobre o corpo cansado.

As vezes tenho a sensação de que há quase um ano vivemos repetidamente o "Dia da Marmota" como se fizessemos parte do roteiro do filme "O Feitiço do Tempo" (Groundhog Day), de 1993 com o Bill Murray e Andie MacDowell. Mas nessa versão Covid-19 é um Phil Connors (personagem de Murray) com o corpo cansado.

Você acorda no dia seguinte, achando que a vacina vai mudar o mundo em um piscar de olhos e... cai de volta no mesmo roteiro. Ai vem toda aquela avalanche do home office (um privilégio, vamos frisar) com a família inteira trancada dentro de um apartamento. Chega uma hora que parece que não existe técnica zen que consiga nos dar o tão sonhado equilíbrio. Tentamos, nos agarramos a tudo: da aromaterapia ao Samu. Explodimos. Mentalmente, mas também fisicamente, com uma epidemia de dor nas costas e de corpos cansados. Aliás, você sabia dessa? Estamos vivendo uma epidemia de dor nas costas. Ah, achou que fosse só com você? Eu também achei que fosse só comigo, até passar horas à procura de um especialista com um horário disponível nos próximos 300 dias. Além de semanas à espera de um horário pra uma ressonância magnética (mais uma vez, reclamando de barriga cheia, com o privilégio de poder pagar por um exame que custa os olhos da cara).

Não só o corpo está cansado

Quantas vezes você falou / pensou: nossa, como estou cansado? Ou, citando a roteirista cômica Tati Bernardi, repetindo como um mantra a si mesma: "eu sou bonita, mas estou cansada". (Pra quem amou, tem filtro no Instagram e camiseta da Atelier LP).

Esse pode ser um bom início: é mais do que hora de termos a consciência de que podemos dizer a nós mesmos e aos outros ao nosso redor que estamos cansados, vivendo num corpo cansado. Que não estamos reagindo na mesma velocidade, que a cabeça não está no ritmo que costumava funcionar, e que as vezes, não conseguimos trabalhar da mesma forma, porque estamos cansados. Vamos aprender a assumir que não somos robôs e que esse peso, as vezes, é demais sobre os nossos ombros.

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Um adendo: e isso, vale dizer, é o quadro para quando nos andou "tudo bem" e não sofremos os sintomas e nem as consequências do vírus.

A epidemia de dor nas costas

Por aqui, foi em outubro que travou tudo. Primeiro parecia um torcicolo, depois veio a tontura como a de uma labirintite, as luzes que piscavam nos olhos, a falta de memória, as palavras que me faltavam, aos poucos, as costas travadas e a sensação de viver em um corpo com 90 anos.

E a tua dor nas costas? Quando apareceu?
Em maio do ano passado o Google Trends sinalizou o pico das buscas por "dor nas costas", com 76% a mais do que o habitual. Massagem para dor nas costas não ficou atrás, batendo os 180% de crescimento nas buscas em janeiro de 2021 (com São Paulo liderando o ranking). Enquanto que o ativo de um medicamento que age na dor nas costas cresceu 1.000% na ferramenta de busca (com o Amapá em primeiro lugar).

A Agência Einstein, plataforma de comunicação da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, informou que "a mudança repentina de local de trabalho ou de estudo provocou uma epidemia de dor nas costas" segundo o ortopedista e cirurgião de coluna Luciano Miller, do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo.

Existe uma série de cuidados para evitar os episódios de dor nas costas por conta do home office mas cuidado com o auto-diagnóstico com o Dr Google, viu? A gente sabe que basta o primeiro sintoma bater pra gente virar hipocondríaco de carteirinha e ler o pior dos cenários online. Portanto, nada de auto-medicação: siga sempre as indicações de um especialista, combinado?

O corpo cansado e a prevenção da dor nas costas

Sabe todas aquelas vezes que você ouviu a tua mãe falar: endireita essa coluna, rapaz? Pois é. Pode puxar pela memória (a que sobrou) e tenta se ajeitar melhor nessa cadeira. Já que a vida de home office não tem data pra acabar, vamos ao menos buscar bem estar nesse dia a dia ;)
A Agência Einstein indica seis cuidados que ajudam a evitar a dor nas costas. Mas, vamos combinar, que a primeira delas, a tão essencial cadeira ergonômica (para uma postura adequada) não entra nem na lista do Papai Noel, né? Quem dirá nas compras aleatórias durante a pandemia... Mas a gente pode adaptar como dá, e isso significa, prestar mais atenção a como nos sentamos, combinado?

  1. Preferencialmente use uma cadeira ergonômica: ela permite se sentar em posição adequada, deixando sua coluna na posição correta.
  2. Sempre mantenha os pés em contato com solo quando estiver sentado: importante para manter o alinhamento da coluna. Caso não consiga encostar os pés no chão, coloque alguma caixa ou outra estrutura fixa embaixo.
  3. Apoie os braços no apoio lateral ou na mesa: ao deixar os braços soltos, você gera tensão nos punhos, deixando-os vulneráveis à tendinite.
  4. Mantenha a altura da tela do computador na mesma que a dos olhos: dessa maneira, você não força os músculos do pescoço, evitando dores também nas costas, nos ombros e na cabeça. Caso necessite, coloque alguns livros ou uma caixa embaixo da máquina para ajustar a altura.
  5. Pare e alongue a cada 30 ou 40 minutos: alongue o pescoço, braços e costas.
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  6. Pratique exercício físico: fundamental para o fortalecimento dos músculos que sustentam o esqueleto.
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Pexels / Ken Tomika

E nos conte: você está cansado?

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