Em abril vimos uma série de mulheres abraçarem a liberdade de passar a máquina na cabeça e raspar os cabelos. Consequência do tempo em casa por conta da pandemia? Pode ser. Mas mais do que um "lugar seguro" (sem olhares de reprovação/aprovação) para se fazer o que temos vontade - que seja uma cabeça raspada - é um ato que funciona como um grito de liberdade, uma revolução.
Nas nossas viagens online da Turnê Sallve encontramos mais duas vozes fortes que questionaram os padrões e rasparam a cabeça. "Não estava planejado. Mas ter a cabeça raspada já era uma vontade antiga. Sempre admirei mulheres de cabelo curto e cabeça raspada", conta Luanne Holanda, do Maranhão.
Cabeça raspada x feminilidade
O discurso da feminilidade é um dos tabus a serem derrubados quando falamos de cabelos. "A própria questão da feminilidade é algo que me faz refletir muito. Essa caixa do feminino e masculino, normas a serem seguidas e padrões estéticos do gênero são cansativos", reflete Luanne.
"Digo até que ultrapassados. Me olham torto o tempo todo. Mas também recebo inúmeros elogios e mensagens de carinho e incentivo", nos conta a Luanne.
"Se ver sem cabelo é se ver de uma forma completamente diferente. Então por que não também aproveitar esse novo estilo para experimentar coisas novas, sabe? Penso muito nisso. Aprendi e tive certeza que posso ser quem eu quiser ser. Inclusive mais de uma pessoa no dia, de acordo com as minhas escolha de make, acessórios e roupas. Me adoro com cabelo, e sem também!"
Luanne Holanda
Em uma publicação a modelo levanta a questão: "como uma mulher de cabeça raspada é vista na sociedade?". E estendemos essa dúvida: como você vê uma mulher de cabeça raspada?
A make protagonista
"Sou adepta a uma maquiagem com baixa-média cobertura da pele. Gosto de fazer olhos coloridos, delineados gráficos, desenhos... uso pedrarias, strass. Vale tudo! Nos batons tenho testado novas técnicas, com degradê, glitter e gloss. Antes gostava de usar batons nas cores azul, preto, marrom escuro. Hoje dei uma parada, prefiro deixar as cores nos olhos", conta Luanne.
A Kim Teodoro, que participou da nossa turnê no Mato Grosso do Sul, também faz parte desse time e valoriza a maquiagem com delineadores coloridos.
A francesa Celine Bernaerts se define uma camaleoa e não é por menos. Com a maquiagem, a cada dia ela se transforma. E essa é uma das ferramentas mais empoderadoras do make: a da liberdade de sermos quem quisermos, de usarmos cores, texturas, brilhos...
Quer passar a máquina?
Se o que você está precisando é de um empurrãozinho pra também passar a máquina, aqui vai! A Luanne conta aqui que na primeira vez ela usou um depilador corporal e foi assim que entendeu que precisava investir em uma máquina de raspar a cabeça.
Quer mais informações? No Youtube da Celine tem um passo a passo maravilhoso (em inglês) em que ela responde muitas dúvidas que possam surgir a quem decide raspar. Super vale assistir antes - ela explica até em que direção passar a máquina.
E para quem está na dúvida, vale lembrar: cabelo cresce sempre ;)