Skincare para o público masculino não precisa ser "for him"

Os homens se renderam declaradamente ao skincare! E qual é a primeira coisa que eles estão mostrando: cosmético não precisa ser "for him". O importante é só a eficácia mesmo!

Foto: Elizeu Dias/ Unsplash

"Eu jamais daria um recorte de gênero nos cosméticos. Apenas seria importante ter uma conversa mais ampla, incluindo mais pessoas", disse Tássio Santos, o maravilhoso @herdeiradabeleza, em um episódio de nossa série #vivasuapele, ao comentar as diferenças - ou melhor, semelhanças - entre o skincare masculino e feminino.

Tássio, claro, tem experiência de sobra para falar sobre o assunto. E como era de se esperar, acertou na mosca ao analisar o que deveria ser o próximo passo para o mercado de skincare: abolir qualquer definição de gênero de seus produtos.

O site Vogue Business publicou uma matéria sobre o nicho de cosméticos masculinos - um mercado que segue em constante crescimento - em que afirma que marcas que não têm qualquer definição de gênero em seus produtos fazem muito mais sucesso (= vendas!) entre os garotos do que as que investem em linhas do tipo "For him".
A linha "para ele", pasme, corresponde a 2/3 do mercado de produtos da seção masculina de lojas de beleza e farmácias.

O interessante é notar, como a matéria aponta, que além de produtos bem específicos (tipo desodorante ou lâminas de barbear), o mesmo não acontece quando um produto tem como alvo o público feminino. Você já viu por aí algum "hidratante feminino"? Apostamos, porém, que hidratante masculino você já viu. Possivelmente em embalagens pretas ou azuis, e cheiro forte.

O mercado é uma mina de ouro: o segmento masculino de cuidados pessoais tem previsão de crescer cerca de 5.6% por ano até 2022. Segundo dados do GlobalData divulgados pelo Vogue Business, 3/4 dos homens da Coreia do Sul têm uma rotina de skincare fixa que faz parte de seu dia-a-dia. Enquanto isso, apenas 1/3 dos homens norte-americanos têm preocupação de parecerem bem machos. 

Mas como crescer entre esse público? Com marcas que investem nessa divisão clara de gêneros e tantos clichês em seus produtos pensados para o público masculino registrando quedas cada vez maiores em suas vendas, a estratégia é focar o diálogo em ingredientes, ativos. Em ciência, em pele. Marcas que focam neste aspecto da conversa só têm tido crescimento em suas vendas entre o público masculino. A importância é a eficácia, não se o vidrinho é azul fonte prateada. Há quem afirme que essa masculinidade extrema aos poucos será apagada do mercado de skincare, aliás.

É claro, a gente adora falar sobre o mercado porque é ele que sinaliza como estão os hábitos do consumidor. Como a gente anda pensando, em que anda gastando nosso dinheiro, com o que vem se identificando. Tudo o que a gente conversa aqui. Afinal, a gente acaba refletindo nos nossos hábitos de consumo.

E os hábitos de consumo são muito claros: com cada vez menos provas científicas de que o skincare masculino e o feminino têm necessidades absolutamente distintas, é esse mesmo skincare que vem mostrando que a conversa tem que abolir rótulos e incluir todo mundo.

O mais importante? Cada vez menos são as mulheres que vão na loja comprar um creme ou limpador facial para o namorado, marido, filho ou pai. Agora são eles mesmos que vão, e a primeira coisa que acontece? As vendas de produtos do tipo "para ele" caem. Sentiu a mensagem? Pois é, é tudo igual. O que importa é o ácido glicólico, a niacinamida... Tá tudo em casa!

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