O boom do mercado de maquiagens de segunda mão e seu perigo

O boom do mercado de maquiagens de segunda mão e seu perigo

O mercado de maquiagens de segunda mão promete crescer em 2020, mas aqui a gente te explica porque isso é tão perigoso.

Foto: Jamie Street/ Unsplash

Comprar maquiagem de segunda mão é uma das discussões mais em alta atualmente na beleza: é por uma mentalidade sustentável? É para acompanhar a histeria sem precisar gastar muito? E mais importante do que tudo isso: é higiênico?

Seja qual for a resposta para todas estas perguntas, a previsão é uma só: este mercado de segunda mão, segundo a previsão de analistas, promete crescer e muito em 2020.

Embora o crescimento de sites especializados neste tipo de revenda, como o Glambot, seja ainda inferior ao ritmo de crescimento de outros sites de revenda, ele ainda assim existe (a WGSN, plataforma de previsão de tendências, divulgou que começou a pesquisar este mercado só no ano passado, portanto ainda é cedo para estimar seu tamanho), e está crescendo.

Segundo uma análise publicada no Vogue Business, esta cultura da compra e venda de maquiagens de segunda mão vem sendo impulsionada pelo boom dos sites de revenda de roupas usadas (como The Real Real e Vestiaire Collective) - com destaque para o Japão, onde a prática já é bastante comum.

A análise do Vogue Runway cita ainda como motivo para este boom de comercialização de maquiagens usadas essa nossa cultura de comprar muito mais cosméticos do que acabamos usando. Com gavetas e mais gavetas de batons, bases, blushes e afins, acaba se tornando um pensamento natural se desfazer de parte deste arsenal e ainda fazer um dinheirinho com isso. 

Vale lembrar, porém, que no Brasil a comercialização de cosméticos usados é proibida pela Anvisa. Além disso, há duas questões importantíssimas aí nessa história que a gente não pode jamais (JAMAIS!) se esquecer, como consumidor especialmente:

Autenticidade

A partir do momento em que você se coloca na posição vulnerável de comprar maquiagens de sites que vendem cosméticos de segunda mão, você perde totalmente qualquer garantia de algo autêntico - e o seriado "Broken", da Netflix, já explicou direitinho o perigo de usar maquiagens falsificadas, além de todo negócio sujo por trás da produção das mesmas.

Higiene

Respondendo à pergunta do início deste post: não, comprar maquiagem usada não é higiênico. Muito pelo contrário, é bem perigoso.

Como já explicamos antes, máscara de cílios, lápis de olhos e sombras têm alto risco de darem alergia e podem contaminar os olhos com conjuntivite, entre outros. Batons, por sua vez, são ainda mais perigosos, e podem transmitir tanto herpes como mononucleose.

Na lista de riscos à saúde quando se aplica um cosmético usado você pode incluir ainda foliculite, impetigo, espinhas, leveduras (infecções fúngicas) e daí por diante. Adicione a essa lista ainda o vírus da herpes labial, que pode ficar encubado por anos no organismo sem que se desenvolva qualquer lesão.

O Glambot, especificamente, para driblar esta preocupação de suas clientes, promete receber todos os cosméticos colocados à venda e higienizá-los antes de revendê-los, usando diversos métodos. Entre eles, remover a camada superior dos pós compactos usando ar pressurizado, papel filme e cotonetes. A mesma coisa com os batons, cuja camada superior é retirada com uma lâmina limpa.

Jenni Middleton, diretora de beleza da WGSN, acredita que uma solução para este problema seja o desenvolvimento de embalagens pensadas justamente para facilitar a revenda - algo que, segundo ela, não funciona para todos os cosméticos. Mesmo assim, ela afirma, se as marcas de beleza sentirem força neste mercado de revenda e uma boa colocação de seus produtos neste ranking, elas vão sim se mexer nesta direção. 

Seja qual for o futuro deste nicho, uma coisa é certa: fique longe dele.

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