Arcosbyl Palmitate. Sodium. Hyaluronic Acid. Você já teve a sensação de que precisa de um dicionário inglês/português para ler a lista de componentes na embalagem de um cosmético?
A pergunta já apareceu algumas vezes nas nossas redes sociais. Por que diabos os ativos de um cosmético estão todos sempre listados em inglês? A resposta é muito mais convencional do que você imagina: "É simplesmente uma questão de harmonização de mercado", explica nosso químico, Carlos Praes.
"Por muito tempo no Mercosul, cada país escrevia os nomes dos componentes de uma forma, o que dificultava muito as transações entre o bloco econômico. Para que todos seguissem um mesmo padrão facilmente identificável, a Anvisa de cada país membro do Mercosul regulamentou o uso dos nomes em inglês", continua Carlos. "Ao mesmo tempo, as nomenclaturas em inglês favorecem a exportação de cosméticos produzidos no Brasil para os Estados Unidos e Europa, por exemplo".
Fora do bloco do Mercosul, a regulamentação é a mesma, e foi instituída pelo INCI (Nomenclatura Internacional de Ingredientes Cosméticos) no início dos anos 1970: Estados Unidos, União Europeia, China, Japão e muitos outros países devem usar exatamente a mesma nomenclatura de ativos em inglês (atualmente, a lista passa de 16 mil nomes!).
Para nós consumidores, acredite, há uma boa vantagem em tudo isso: tendo o mesmo nome em todos os países, fica bem mais fácil pesquisar a matéria-prima de cada cosmético ou rastreá-lo prontamente em listas de composição. Mais uma vantagem? A facilidade de encontrar equivalentes de uma mesma forma em diferentes mercados.
De repente, aquele dicionário não ficou tão inconveniente assim, né? ;)