discos para ouvir durante o isolamento

Discos maravilhosos para ouvir durante o isolamento social

Nosso time se reuniu e fez uma playlist não de música, mas de discos para ouvir durante o isolamento social. Durante o trabalho, de noite para relaxar...

discos para ouvir durante o isolamento
Foto: Claudiu Hegendus/ Unsplash

Caso você tenha se perguntado em algum momento o que o oráculo que atende pelo nome de Stevie Nicks está fazendo durante o isolamento social, ela já respondeu: pintando, desenhando, escrevendo poesias... Tudo ao som de "Fine Line", o último álbum do Harry Styles.

Você pode não saber pintar, pode não gostar de desenhar ou ter qualquer vocação para escrever poesias, mas de música você gosta, eu tenho certeza. Com tantos novos velhos hábitos voltando à tona em tempos de quarentena (quem aí já se vê ligando bem mais que mandando mensagem de texto?), que tal a gente rever como ouve música?

Desde os áureos tempos de Napster, o hábito de se ouvir um disco inteiro vem se tornando cada vez mais raro. É a facilidade de se baixar uma música só sem precisar gastar dinheiro com um álbum inteiro, é o ritmo tão frenético que nossas vidas têm que diminui nosso poder de concentração... Mistura um monte de coisa. Você pode até juntar aí que a indústria musical passou anos e anos mais preocupada com grandes hits de rádio do que em investir em obras musicais.

Daí veio a volta do vinil. E vinil, como você sabe bem, não é a mídia mais perfeita para brincar de playlist de Spotify: vinil você tem que botar o disco ali e deixar ele tocar. Virar o lado, e ouvir até o final. Os mais apaixonados dirão que "o ruidinho do vinil" dá mais dimensão à música, que a qualidade das gravações é melhor e mais cuidadosa... Mas para mim, o que me seduz mesmo no vinil é esse ritual de colocar um disco na vitrola e ouví-lo inteiro. Seja de fundo para você fazer as tarefas de casa, para virar trilha sonora da sua rotina de skincare, ou seja para você sentar ao fim do dia, com aquela capa enorme na mão, e ouvir meeeesmo o disco. Cada faixa. E como ela se encaixa no contexto que o artista criou para ela.

Mas veja bem: não estamos aqui advogando que todo mundo compre uma vitrola imediatamente com alguns cliques do mouse. Estamos focando no hábito de se ouvir um disco todinho. Faixa a faixa. Até o final. Sem interrupção. E isso dá para fazer tranquilamente no Spotify.

Sim, o mundo foi obrigado a desacelerar. E por que não levar esse conceito também para como a gente se relaciona com a música? Aqui, o time Sallve dá suas dicas de discos para ouvir inteiro durante o isolamento social.

discos para ouvir na quarentena
Foto: Dane Deaner/ Unsplash

"A Love Supreme", do John Coltrane, é a escolha da nossa ruiva Julia Petit para quem quer aquela trilha-sonora calminha: "Jazz não me atrapalha para ler e não me contagia tipo pop, então amo ouvir porque fico numa frequência muito zero", ela explica. "Fora que o cérebro gosta muito de ouvir jazz, não sei por quê."

Já para cozinhar, ela tem a dica perfeita: "Sempre ouço Stevie Wonder." Seu disco escolhido? "Stevie Wonder's Original Musiquarium I". Não precisa falar muito: o disco duplo abre com "Superstition" e tem ainda entre suas faixas "Higher Ground" e "You Are the Sunshine of my Life". Cheiro de clássico. Já para a cozinha!

Outra que não abre mão de Stevie Wonder é a Jessica: "Songs in the Key Of Life" é um dos álbuns definitivos dela. E de quem não?

"Amarelo", do Emicida, é a escolha da Taynann. O disco recém-saído do forno já foi apontado pela imprensa gringa como o melhor álbum brasileiro que você vai ouvir em 2020. Um PS: não espere um disco de rap óbvio. Em "Amarelo", o Emicida conversa com diversos gêneros da música brasileira, e o resultado é bem incrível - com participações de Zeca Pagodinho a Fernanda Montenegro.

O Gui, por sua vez, indica "Goela abaixo", de Liniker e os Caramelows - definido pelo Tenho Mais Discos Que Amigos como uma verdadeira obra-prima do soul nacional. Anota mais um aí: "O Tempo É Agora", da Ana Vitória, é a sugestão da Mylena.

Para não se sentir sozinho, tem dois álbuns ao vivo na nossa vitrola: "Bloco do Silva - Ao Vivo", dica da Camila, e "Multishow Ao Vivo - Maria Gadu", dica da Carolina Merino: "É o meu álbum favorito da vida."

Ainda na seara nacional, a Mylena aposta em "Ofertório", de Caetano Veloso e filhos, enquanto o Armando indica o álbum homônimo do Di Melo, de 1975. Hoje uma verdadeira raridade no mercado de vinil (ele é caçado por colecionadores no mundo inteiro!), olha a sorte: ele está todinho no Spotify.

https://open.spotify.com/album/2Uri1KkpSo6YOnjLC4ly7F?si=LEdQ0ZDvRnunnY_-1NKZKQ

Anota aí as dicas do Álvaro, bem relaxantes (oi, climinha!): 'Drive Slow', do Mac Ayres, é bafo, tenho ouvido bastante. É um low-fi/R&B relaxante. "Same Shade Different", do LovaSoul, também é ótimo", ele lista, citando ainda "Shea Butter Baby" da Ari Lennox, "Blood" da Lianne La Havas e "Lucid", da Raveena.

Tem espaço para pop na playlist dele também: "O 'Sweetener' da Ariana Grande foi um álbum que ela escreveu depois dos ataques em Manchester e tem umas músicas muito legais tipo “Breathin” e “Get well soon”, que falam explicitamente sobre a importância da saúde mental.

"Eu sou muito mais dos álbuns inteiros que das playlists", conta a Mari Inbar. "É bem comum antes de ir dormir eu lembrar de um álbum que quero ouvir no dia seguinte. Frequentemente esse álbum é o 'Automatic for the People', a obra-prima do R.E.M. lançada em 1992, depois do estouro que foi o 'Out of Time', que tinha "Losing my Religion". O 'Automatic for the People' é lindíssimo de cabo a rabo, e tem tesouros como John Paul Jones assinando o arranjo de cordas das faixas do disco. Não consigo escolher uma faixa favorita do álbum porque a sucessão delas é que é incrível, mas 'The Sidewinder Sleeps Tonight', 'Nightswimming' e 'Man on the Moon' são especiais."

A Adriane vai de rock clássico: "Para mim, vale fechar os olhos, fazer uni-duni-tê e pegar às escuras um disco dos Beatles para tocar de cabo a rabo: vale sempre. Mas se for pra escolher um, vou de 'White Album', com 'Helter Skelter' no volume BEM alto! Para quem me conhece, sabe que sou muuuuuito repetitiva, e para mim, o melhor disco da história é 'Let it Bleed' dos Rolling Stones.

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