Semana passada, nosso time selecionou alguns dos melhores documentários para você assistir não só durante o fim de semana, mas - por que não? - ao longo todo este mês do orgulho LGBTQIA+: são longas que contam a história do movimento e todos os seus fenômenos culturais, nacionais e estrangeiros, das paradas gays ao ballroom.
Seguindo neste mesmo tema, hoje nosso time mergulhou na ficção e separou alguns filmes - de musicais a romances, para dar sequência à maratona cinematográfica temática.
Hedwig e o Centímetro Enfurecido (2001)
"Já pensou numa história que mistura drag e rock? Isto é 'Hedwig e o Centímetro Enfurecido', musical de John Cameron Mitchell que conta a história de uma mulher genderqueer que nasceu na Alemanha Oriental e que mais a frente se vê decidida a fazer uma cirurgia de redefinição de gênero após se apaixonar por um recruta americano. A história toda, claro, vira música de sua banda de glam rock e se firmou como uma joia do gênero LGBTQIA+ por não se encaixar em nenhum formato previamente realizado", indica nossa editora-chefe de conteúdo, Mariana Inbar. "O próprio diretor contou uma vez que David Bowie, ao assistir o filme, virou para e ele disse 'você acertou na mosca'. Bowie gostou tanto do filme que produziu a versão do musical para o teatro em Los Angeles."
Clube de Compras Dallas (2013)
O filme é um drama sobre um homem cisgênero heterossexual do Texas (Matthew McCounnaughey) diagnosticado com AIDS em 1986. Ele contesta o resultado pelo preconceito de que seria uma doença restrita a homossexuais, mas após os primeiros sintomas, ele começa a estruturar um "clube de compras" de medicamentos, por se sentir desamparado pelo governo americano. A partir daí ele conhece Rayon, uma mulher transexual interpretada por Jared Leto que o faz rever seus preconceitos. "O filme é baseado em fatos reais e trata de assuntos bem pesados, mas de certa forma consegue ainda ser uma indicação leve", comenta Armando.
Assista na Netflix ou Telecine Play.
Carol (2017)
"Kate Blanchet e Rooney Mara, né? Perfeitas!", derrete-se nosso Analista de CRM, Armando Nader. "O filme é de época e conta a história não só de duas mulheres que se apaixonam na década de 50 mas de todas dificuldades que as duas encontram. O filme é muito sensível e lindo!"
Assista na Netflix.
Sob a Luz do Luar (2016)
"Que história e que filme, não é atoa que ganhou o Oscar", derrete-se Armando. "Do desenvolver da sexualidade do personagem principal, Chiron, um homem negro norte-americano, passando pelo bullying no colégio até a vida adulta... É tudo mostrado de uma maneira linda e sensível", segue Armando, em mais uma indicação.
Tangerine (2015)
Além cinematograficamente ser um filmaço (ele foi todo gravado usando um iPhone 5s), "Tangerine" mostra um dia - bem agitado - na vida de duas mulheres trans negras que se prostituem nos Estados Unidos. "Neste dia, uma das personagens principais descobre a traição do seu namorado e resolve, com uma amiga, partir atrás dele e da mulher com quem ele a traiu. "A trilha sonora é ótima - de novo, bem agitada - e durante todos os conflitos do dia, o filme acaba passando por partes da vida de pessoas trans que se prostituem, sem fazer disso o principal ponto do filme, o que eu acho interessante", conta Armando.
Assista no Google Play e na Apple TV.
Tatuagem (2013)
O filme brasileiro de Recife retrata o romance entre um dos integrantes de grupo um grupo de teatro e um jovem militar, marcado pela censura por parte do governo em 1978. "O filme mostra também o dilema que o Fininha (o moço militar) passa por estar se relacionando com um homem e ser parte do exército, instituição de censura", explica Armando.
Assista no GloboPlay.
Tomboy (2017)
A maioria das críticas e resenhas do filme tratam dele como se falasse de uma criança homossexual, quando na verdade o filme trata de uma questão de gênero. O longa mostra uma criança do sexo biológico feminino (ou designada menina ao nascer) que gosta de se vestir e se apresentar como menino para seus colegas, explorando as implicações disso na família e no colégio. "O filme não tem uma trajetória hollywoodiana de começo, ápice e fim, é muito sensível e calmo, mostrando as peculiaridades da identidade de gênero dessa criança com uma delicadeza incrível", conta Armando.
Assista no Telecine Play.
Tom na Quinta (2013)
"O filme de Xavier Dolan conta a história de um menino que volta para o interior do Canadá pra ver o enterro de seu namorado que acabou de morrer, sendo que o menino morto não tinha saído do armário oficialmente", conta Marcus Amaral, do pesquisador do nosso time de p&d. "É um ensaio muito lindo sobre a noção de família em torno do LGBTQIA+ (gay no caso), dado que muitas vezes a única forma de se expressar plenamente é fugir de em que você cresceu. O filme fala sobre a violência de se amar alguém mas não conseguir aceitar quem ele é, de preconceito em país de primeiro mundo, do que é normativo e do que não é."
Bixa travesty (2019)
Este é um documentário sobre a cantora, atriz e performer Linn da Quebrada - mulher negra, transexual, travesti. "É um filme nacional sobre uma das maiores vozes do movimento trans atualmente. Linn é extremamente politizada e política, tratando sua existência e vivências em suas letras, no seu discurso e na sua arte", diz Armando.
Assista no Now.
Priscilla, A Rainha do Deserto (1994)
Se você ainda não assistiu a este clássico, corra: "ele representa outra geração de pessoas LGBTQIA+. Não me lembro se todas as representações do filme envelheceram bem, mas é uma história muito divertida sobre um trio de drag queens que viaja pelo outback da Austrália num ônibus para que uma delas se encontre com seu filho, concebido numa época em que ele se entendia como hétero. Elas vão colorindo esse percurso com performances musicais e muito humor - fora que a trilha sonora é fantástica. Muito do nosso imaginário musical e performático da cultura gay e drag está presente nesse filme", indica nosso designer gráfico, Álvaro Bigaton.
San Junipero - Black Mirror, temp.3 ep.4
Saindo do cinema, Mel Diniz, nossa recruiter, indica o episódio do seriado da Netflix, lançado em 2016. "Simplesmente VENERO esse episódio, que na verdade é um minifilme que conta uma história de amor entre duas mulheres que desafiam as leis do tempo e do espaço. Além da temática LGBTQIA+, o episódio aborda a tecnologia como ponte que mantém as duas conectadas e tem referências 80's deliciosas! "San Juniperio" é tão icônico que ganhou as duas categorias às quais concorreu no Emmy de 2017: melhor filme feito pra TV e melhor roteiro em minissérie".
Assista na Netflix.