Amarronzadas, arroxeadas, avermelhadas e até azuladas: as olheiras são companheiras comuns para muita gente. Podem se formar em qualquer fase da vida e são agravadas por inúmeros motivos, de falta de sono a exposição solar.
Na maioria dos casos, a genética é a maior causa por trás das suas olheiras. Por isso, é necessário investigar e avaliar direitinho em qual dos tipos de olheiras você se encaixa e aí, sim, fazer um tratamento mais efetivo.
Ter olheiras é normal?
Na verdade, ter olheiras é muito comum, como conta a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD):
"Cerca de 78% dos casos de olheiras (hiperpigmentação periorbital) são observados em mulheres. Essa informação é parte de um estudo publicado na revista Surgical & Cosmetic Dermatology, da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Os fatores causadores do problema podem ser os mais diversos: tabagismo, exposição solar, insônia, uma noite mal dormida, entre muitos outros que podem causar o aumento da pigmentação ao redor dos olhos."
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A especialista ainda exemplifica como fatores a anatomia e o processo de envelhecimento local, que também costuma variar de pessoa para pessoa. Afinal, com o envelhecimento da pele, a região dos olhos costuma ficar ainda mais fina, aumentando a visualização dos vasos.
Quais os tipos de olheiras?
Há 4 principais tipos de olheiras, sendo que um deles é caracterizado pela junção de dois ou mais tipos.
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Olheiras pigmentares: causada pelo excesso de depósito de melanina na pele, seja por genética, exposição solar ou residual de um processo inflamatório, por exemplo, como rinite ou sinusite. Sua coloração é mais acastanhada ou amarronzada. "Algumas etnias, como árabes e indianos, têm olheiras de carácter hereditário. Peles de fototipos mais altos tem naturalmente maior quantidade de melanina, e normalmente, uma maior tendencia à hiperpigmentação (em qualquer região da pele)", aponta a Dra. Paola.
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Olheiras vasculares: essa é a tão conhecida "olheiras de cansaço", causada pelo aumento da vascularização ou congestão dos vasos sanguíneos na região dos olhos, que também podem causar inchaço. A coloração, em geral, tem tons azulados, arroxeados ou avermelhados, devido à coloração dos pigmentos sanguíneos. Também podem aparecer por aí como olheiras sanguíneas. Dentro desse grupo, também há as pigmentares sanguíneas, compostas por pigmentos do sangue.
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Olheiras estruturais: podem ser chamadas também de olheiras profundas, ela surge por conta da anatomia óssea do rosto. Pessoas que têm os olhos "fundos" acabam com uma sombra na região periocular, que escurece a área. Sua coloração é mais acinzentada. "São causadas por características anatômicas ou pelo processo natural de envelhecimento, pela perda de volume local", aponta a Dra. Paola.
- Olheiras mistas: acontece quando há uma soma de dois ou mais tipos. Os subtipos são conhecidos como vasculares pigmentados, estruturais pigmentadas, estruturais vasculares, além da possibilidade de ser uma combinação dos outros três. "São o tipo mais comum, quase todas as olheiras são mistas", alerta a dermatologista.
Quais as causas das olheiras?
Cada tipo de olheira tem uma causa, como já te contamos acima, mas a verdade é que elas podem ser agravadas por múltiplos fatores.
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"Ter olheira pode ser uma herança genética agravada por hábitos como falta de sono, estresse, consumo de álcool, tabagismo", explica a Dra. Paola.
Cansaço, insônia, choro
As olheiras vasculares, citadas acima, são as tão conhecidas "olheiras de cansaço". Mas por que o cansaço piora nossas olheiras?
De forma simples, quando nosso corpo fica cansado, ele libera substâncias químicas que dilatam os vasos sanguíneos e alteram o fluxo sanguíneo - e essa vasodilatação fica mais visível ali, na região em torno dos olhos. As olheiras de choro e insônia também acontecem pelo mesmo motivo!
Exposição solar
A exposição da nossa pele ao sol também dilata nossos vasos sanguíneos, agravando as olheiras. Além disso, as olheiras pigmentares (por acúmulo de melanina na região) também ficam mais visíveis quando expostas ao sol sem proteção solar, já que o excesso de exposição solar desencadeia hiperpigmentação.
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Fatores externos
Tabagismo, tensão pré-menstrual, estresse, excesso de bebidas alcoólicas: tudo isso também acaba mexendo com a circulação sanguínea e favorece o aparecimento de olheiras.
Coçar os olhos
Quem tem pré-disposição genética a acumular melanina pode acabar piorando a situação se esfregar a região, pois a fricção favorece esse acúmulo.
E o envelhecimento?
Sim, ele é agravante. Com a diminuição natural da produção de colágeno no organismo, nossa pele tende a ficar mais flácida, podendo até formar o que as pessoas chamam de olheiras inchadas.
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Quais os tratamentos para olheiras?
Há muitos tratamentos para quem quer amenizar olheiras, que vão de agentes uniformizadores à intervenções cirúrgicas, por isso, se as suas te incomodam, procure um especialista, já que para cada tipo de olheira há um tratamento específico.
Preenchimentos com ácido hialurônico, por exemplo, costumam ser indicadas para o tratamento de olheiras profundas, mas muitas vezes só isso não é suficiente.
A Dra. Paola Pomerantzeff explica que o tratamento, em geral, tem mais de uma frente de ação: “Muitas vezes precisamos de mais de um tipo de procedimento para resolver. Por exemplo, uma olheira estrutural e vascular, para ser tratada, precisamos realizar um laser para os vasos e um preenchimento para reverter a profundidade. Por isso o exame dermatológico feito por dermatologista experiente é tão importante: para definir o diagnóstico e executar o tratamento adequado.”
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É importante ainda alinhar expectativas quando o assunto são as olheiras. “O tratamento de olheiras pode se resolver 100% em alguns casos e em outros não. Isso porque a medicina não é uma ciência exata. Tratamos pessoas e cada pessoa tem uma pele única e responde também de maneira única a cada tratamento. Para tratar olheiras, na grande maioria das vezes, é necessário associar tratamentos”, reforça a especialista.
Olheiras e bolsas nos olhos têm relação?
Nem sempre, muitas vezes uma pessoa pode ter bolsas nos olhos e não ter olheiras e vice-versa. A Dra. Paola Pomerantzeff dá a dica de como diferenciar:
“A olheira é causada por alterações na coloração da pele (arroxeada ou acastanhada), por aumento da profundidade na região. As bolsas são formadas devido a excesso de flacidez de pele nessa região abaixo dos olhos e por gordura. Mas a pessoa pode ter bolsas e olheiras. As olheiras estarão abaixo das bolsas e quando isso acontece as olheiras podem parecer ainda mais profundas pela proximidade das bolsas (que são proeminentes).”
Skincare x olheiras
Tratamentos de skincare podem ajudar a manter a pele da região saudável e suavizar a aparência de olheiras vasculares e pigmentares.
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Em geral, tratamentos uniformizadores com ativos despigmentantes para olheiras pigmentares ou que ajudem a estimular a microcirculação local para olheiras vasculares, com cafeína vetorizada, por exemplo.
Além disso, proteção solar é inegociável, afinal, a exposição solar pode piorar a hiperpigmentação local. A hidratação também é importante, porque a pele da região dos olhos é fina e sujeita a desidratação.
O que fazer para não agravar?
A dermatologista aponta que intervir em alguns hábitos pode ajudar a não agravar o escurecimento na região, como não fumar, não beber excessivamente, manter uma dieta equilibrada, ter qualidade e quantidade de sono adequados e, claro, não se expor ao sol sem proteção adequada.
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Alguns estudos e referências usados para este texto:
Periorbital Hyperpigmentation: A Comprehensive Review
Veja o que são, como e por que se formam as incômodas olheiras
Escolha suas armas para combater ou disfarçar olheiras
