Quem nunca notou aquele monte de fios na escova ou então no ralo do box do chuveiro e se perguntou: será que meu cabelo está caindo demais? A verdade é que a gente perde centenas de fios todos os dias e isso é super normal. Mas dá para notar quando isso se transforma em queda de cabelo excessiva e precisa de uma investigação médica para que as causas sejam descobertas.
"A queda de cabelo considerada natural e aceitável fisiologicamente, é uma queda de 100 a 120 fios de cabelos ao dia, que corresponde aproximadamente a 10% do total capilar. Geralmente, quando o cabelo cai nessa quantidade não causa espanto, porque as pessoas se acostumam a queda corriqueira", explica a Dra. Lilian Brasileiro, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
O ciclo de crescimento capilar
Para falar da queda de cabelo, primeiro a gente precisa relembrar um papo que já rolou aqui no blog, sobre o ciclo de crescimento capilar. Ele tem 3 fases:
- Anágena: a fase de crescimento, que pode durar entre 2 e 7 anos. Entre 85% a 90% dos seus folículos capilares estão nesse estágio no momento.
- Catágena: começa quando a fase anágena termina e pode durar cerca de uma até três semanas. Essa é a fase de transição, o cabelo para de crescer e sofre uma regressão, podendo perder até um sexto do seu diâmetro padrão. Entre 3% e 5% dos seus cabelos estão nessa fase.
- Telógena: é a última fase, conhecida também como fase de repouso. Ela normalmente dura entre 2 a 4 meses, antes que os folículos entrem novamente na fase anágena e o ciclo recomece. É quando os nossos fios caem! Entre 10% a 15% dos fios estão nessa fase agora. Quando essa porcentagem aumenta, há uma queda excessiva de cabelo.
+ Você sabe qual o seu tipo de cabelo?
A Dra. Lilian explica que esse ciclo capilar é extremamente sensível a qualquer alteração do organismo, por isso são muitas as condições que promovem a queda de cabelo além da conta natural.
Como saber se meu cabelo está caindo demais?
"Segundo os estudos nos mostram, as pessoas só percebem queda aumentada quando realmente há mais que 10% de perda diária dos fios, como na condição Eflúvio Telógeno, em que as quedas ultrapassam 150 fios, podendo chegar a 600 fios ao dia", afirma a médica.
+ Xampu a seco: é bom pra todo mundo?
Ou seja, com tantos fios caindo, você provavelmente vai perceber uma perda de volume, em alguns casos algumas regiões mais rareadas ou falhadas e, dependendo da condição, um couro cabeludo mais visível.
Quais as principais causas da queda de cabelo?
A Dra. Lilian Brasileiro divide as possíveis causas em 6 grandes grupos e você vai notar que dentro desses grupos, as causas são inúmeras. Afinal, como já te dissemos, o ciclo de crescimento capilar é sensível e pode ser afetado facilmente por muitas condições.
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Doenças e infecções de qualquer natureza: aqui a lista é longa, pode ir de dengue, sinusite, infecção urinária, pneumonia até sífilis, por exemplo. Tudo isso pode acabar você fazendo perder cabelo.
Aqui também podemos citar a Covid-19. Muita gente notou queda de cabelo após contrair o vírus. Mas vale lembrar que, assim como as demais, essa é uma condição autolimitada, tem data para acabar. Esse efeito colateral, tanto do Covid quanto de outras infecções sistêmicas, é conhecido como Eflúvio Telógeno.
"Toda alteração infecciosa, para que cause queda de cabelo, leva em torno 90 dias após o início da infecção, pois este é o tempo em que o folículo leva para se desprender após insulto. No entanto, no caso de infecções por Covid, os médicos têm observado que esta queda pode ser mais precoce, até em torno de 40 a 50 dias, pela própria natureza do vírus”, explica a Dra. Lilian Brasileiro.
A médica aponta que apesar da queda intensa de fios acontecer em mais de 50% das pessoas que contraem Covid-19, ela é geralmente “auto resolvida” pelo organismo em alguns meses – mais precisamente entre 3 e 6 meses.
"Porém, é muito comum que, em pacientes que apresentam uma calvície que até então não tinha sido descoberta, ela se manifeste nesse momento dificultando o retorno desse cabelo", explica.
- Alterações hormonais: aqui as alterações mais comuns são as na tireoide, como hipertireoidismo e hipotireoidismo. “No ranking das quedas, elas perdem somente para as causadas pelos famosos chips da beleza (que contém gestrinona, por exemplo) e também pela introdução ou interrupção de anticoncepcionais orais e DIUS”, conta a Dra. Lilian. A gravidez também pode causar queda de cabelo, mesmo que algumas mulheres costumam sentir o oposto, como cabelos mais cheios e brilhantes.
- Questões nutricionais: aqui entram algumas deficiências nutricionais, como as de vitaminas e minerais, sendo as de ferro e zinco as mais comuns. A especialista ainda alerta para dietas: “sempre podem desencadear quedas, por mais que sejam acompanhada por um nutricionista que mantenha o aporte nutricional adequado. O simples fato da depressão calórica pode ser o insulto ao folículo capilar. Temos visto muito isso, pois estamos na era de injeções de analogia da GlP 1 para perda de peso rápida. ”
- Condições de estresse metabólico: aqui podemos falar dos pós-cirúrgicos, pós-parto, uso de medicações indutoras, como alguns antidepressivos e antidiabéticos, remédios para tratar colesterol, anticoagulantes e outros.
- Doenças sistêmicas: desde de doenças autoimunes a cânceres.
- Fatores emocionais: o estresse emocional, que eleva o aumento do cortisol e consequentemente consome uma proteína de ancoragem do fio dentro do folículo piloso. A especialista, porém, alerta que mesmo a queda por estresse ou outros fatores emocionais devem ser investigadas.
Bônus: mais 3 motivos de queda capilar
É importante citar mais três questões que influem diretamente na queda de cabelo. Uma delas é a não cuidar do couro cabeludo. Sim, a gente sabe que você usa aquele xampu incrível e um condicionador que deixa os fios uma seda, mas você cuida do seu couro cabeludo?
+ Estresse pode causar queda de cabelo?
“Se eu tenho um couro cabeludo que não está em equilíbrio, a gente pode deixar o couro cabeludo inflamado, vermelho, irritado, descamando. Existe a queda de cabelo ligada ao desequilíbrio do couro cabeludo. É importante que ele esteja limpo, bem cuidado e hidratado”, afirma Renata Ribon de Melo, pesquisadora da equipe de Pesquisa e Desenvolvimento da Sallve.
A mudança da estação, que costuma vir com uma mudança mais brusca de temperatura e luminosidade, também pode influir diretamente na queda do cabelo. Segundo estudos, o cabelo costuma cair mais entre o final do verão e o começo do outono.
+ Lavar o cabelo com água quente faz mal para os fios?
Alguns hábitos também podem contribuir para a queda do cabelo, como prender demais e dormir com os cabelos molhados, o que pode facilitar a proliferação de fungos e consequentemente a queda dos fios.
Homens costumam ter mais queda de cabelo que mulheres?
Talvez você tenha a sensação que homens tenham uma maior tendência a queda de cabelo e a calvície. A dermatologista explica melhor: ”o homem apresenta maior probabilidade de ficar careca que a mulher. Mais de 50% dos homens ficarão carecas ao longo da vida.”
“Nos casos de eflúvio telógeno, não há diferença entre homens e mulheres. Já nos casos em que a rarefação de cabelos ocorre por conta de calvície, o homem apresenta a rarefacção em áreas típicas (alto da cabeça e entradas) enquanto a rarefações da mulher ocorrem de maneira difusa, por toda a cabeça, mas rareando os cabelos principalmente na área superior da cabeça”, completa.
Quais os tipos mais comuns?
Há diversos condições de queda de cabelo e o ideal é sempre procurar um dermatologista tricologista para que você tenha o diagnóstico e tratamento corretos.
Um dos tipos comuns é o Eflúvio Telógeno. Ele se caracteriza pelo aumento diária de queda de fios de cabelo e pode vir acompanhada de uma coceira no couro cabeludo. Pode ser agudo e crônico e os eventos mais comuns associados à queda são febre, sinusite, pós-parto, pneumonia, covid-19, dietas muito restritivas, cirurgias, entre outros. É autolimitado, tem duração predeterminada para acabar.
Outra das condições mais comuns são as alopecias, a tão conhecida calvíce, que são divididas em diversos tipos. Entre elas, a androgenética, em que a queda de cabelos é geneticamente determinada. A doença se desenvolve desde a adolescência, mas fica mais aparente por volta dos 40 ou 50 anos, podendo atingir homens e mulheres.
Podemos destacar também a areata, em que há perda de cabelo ou pelos em áreas arredondadas ou ovais do couro cabeludo, cílios, sobrancelhas e barba. Afeta ambos os sexos e pode surgir em qualquer idade.
O que dá para fazer para evitar a queda de cabelo?
“Quando falamos em quedas por eflúvios não é muito comum preveni-las, mas é ideal que você tenha uma boa alimentação e bons hábitos de vida. Já quando falamos da calvície, o qual é determinada geneticamente não há como evita-la. Porém, temos inúmeros tratamentos extremamente eficazes para serem realizados com a possibilidade da calvície jamais ficar aparente, tanto em homens quanto em mulheres”, explica a Dra. Lilian.
A dermatologista ainda indica que em casa é importante que você tenha boa alimentação, controle do estresse, não fumar e manter uma boa saúde do couro cabeludo, controlando a oleosidade e evitando doenças descamativas.
Quais tratamentos para queda de cabelo?
Tudo depende do tipo de queda que você tem e também quais as possíveis causas. Por isso, sempre procure um dermatologista. Aqui a Dra. Lilia Brasileiro conta alguns tratamentos eficazes, dos mais clássicos aos mais modernos:
- Medicamentos, como a Finasterida, que bloqueiam ação do hormônio da calvície (DHT) e são extremamente efetivos.
- A aplicação dessas substâncias no couro cabeludo, método conhecido como MMP, também podem ser consideradas em casos mais avançados. Esses medicamentos, tratamento são somados a uso de lasers, como a plataforma Bulge Hair Restoration para otimizar os resultados.
- Microenxertos de células autólogas, onde extraímos células capilares da nuca (área saudável) do próprio paciente e essas células são semeadas onde queremos que os tenham mais força, a tecnologia empregada para isso é o Regenera AMT.
- Em casos onde houve perda severa de área extensa, pode ser necessário o implante capilar, porém, não há mais necessidade de cortes. A cirurgia pode ser feita em consultórios, com licença para o procedimento, sem necessidade de internação.
Tônico Antiqueda
O Tônico Antiqueda é um tônico feito para reduzir a queda de cabelo e estimular o crescimento dos fios, sem incomodar ou pesar o couro cabeludo, além de proporcionar fios mais fortes e encorpados, e menos quebradiços.
Sua fórmula possui baicalina e extrato de alcaçuz, poderosa combinação de ativos antiqueda e estimulantes de crescimento, além da biotina, para que os fios cresçam fortes e o pantenol, que atua fortalecendo a barreira cutânea do couro cabeludo. Ah, e ele também pode ser usado na barba, viu?
E aí, que tal incluir o Tônico Antiqueda na sua rotina?
Referências para o texto
Periodicity in the growth and shedding of hair