Alopecia: o que é, quais os principais tipos e como cuidar

Alopecia: o que é, quais os principais tipos e como cuidar

Conversamos com dermatologistas para entender melhor as causas da alopecia e conhecer melhor os tratamentos

A alopecia, chamada por muitos de calvície, assusta e preocupa muita gente. Caracterizada pela queda de pelos e cabelos e falhas no couro cabeludo, essa condição tem diversos tipos e causas variadas. Por isso, é importante que ao notar a queda excessiva dos fios – acima de 150 por dia -, você procure ajuda médica.

Aqui no blog conversamos com duas dermatologistas para você entender melhor os principais tipos, quais os tratamentos e, principalmente, te ajudar a ter informação para buscar ajuda, se necessário. Todos prontos?

alopecia

O que é a alopecia?

O Ministério da Saúde dá uma definição certeira: "Alopecia ou calvície é ausência, rarefação (os fios se tornam menos numerosos) ou queda, transitória ou definitiva, dos cabelos ou dos pelos, podendo ocorrer de forma local, regional ou total."

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E, sim, ela pode acontecer em regiões do corpo também, mas é muito mais comum no couro cabeludo. Além disso, como você deve ter notado nem sempre a alopecia é sinônimo que você vai ficar completamente careca, sem nenhum fiozinho no couro cabeludo. Isso até pode acontecer, mas calma que vamos explicar melhor durante esse papo.

Calvície: homens x mulheres

A calvície, que na verdade é relacionada a alopecia androgenética, afeta homens e mulheres, mas pode ser mais frequente em homens, já que há ligação entre a queda de cabelos e a presença dos hormônios sexuais masculinos (testosterona). Os casos de calvície entre as mulheres tem perdas menos drásticas.

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"A calvície, em geral, ocorre pela predisposição genética que os receptores dos folículos capilares têm para captar a dihidrotestosterona (DHT), que é um hormônio derivado da testosterona. Quando essa captação acontece, ocorre o encurtamento do ciclo de crescimento do cabelo, que ficam mais finos e curtos, até que, eventualmente, os folículos parem definitivamente de produzir cabelo, deixando os cabelos ralos"

Dra. Lilian Brasileiro, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia

A médica ainda explica que: “Nos casos em que a rarefação de cabelos ocorre por conta de calvície, o homem apresenta a rarefação em áreas típicas (alto da cabeça e entradas), enquanto na mulher ocorre de maneira difusa, por toda a cabeça, mas rareando os cabelos principalmente na área superior da cabeça. O homem apresenta maior probabilidade de ficar careca que a mulher. Mais de 50% dos homens ficarão carecas ao longo da vida”, nos conta a Dra. Lilian Brasileiro, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Quais as causas?

As causas da alopecia são variadas, como hereditariedade, hormônios masculinos, estresse, alterações na tireoide, infecções, falta de vitaminas, traumas na região, reações a tratamentos, entre muitos outros.

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Quais os principais tipos e sintomas?

A Dra. Cintia Guedes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que os sintomas dependem muito do tipo de alopecia. "Existem muitos tipos de alopecia, sendo os mais comuns a areata, a androgenética (popularmente conhecida como calvície) e a alopecia de tração", aponta.

  • Alopecia areata

A alopecia areata tem causa autoimune. "Após algum gatilho (estresse, perda de familiares, cirurgias, entre outros), ocorre uma reação inflamatória no folículo piloso que resulta na perda de cabelos localizada em áreas. Essas áreas sem cabelo podem ser mais sensíveis e coçar", aponta a Dra. Cintia.

Esses fios caem e resultam em falhas circulares sem pelos ou cabelos. A extensão varia e a evolução não é algo previsível, segundo a SBD, e o cabelo pode voltar a crescer novamente – mesmo que haja uma rara perda total. A instituição ainda afirma que apenas 5% dos pacientes perdem todos os pelos do corpo.

  • Alopecia androgenética

A alopecia androgenética, como o próprio nome já denuncia, tem origem genética. "Nos homens, existe uma alteração enzimática que converte a testosterona em dihidrotestosterona, que causa afinamento e miniaturização dos fios. Os fios da região frontal e da coroa são muito suscetíveis ao hormônio e por isso são as mais afetadas. Nas mulheres, os hormônios masculinos são causadores do quadro clínico, mas não usam a mesma via que nos homens", aponta a Dra. Cintia.

A Dra. Lilian Brasileiro diz que a alopecia androgenética costuma aparecer no consultório associada a algumas queixas comuns: cabelos fininhos como de bebê, couro cabeludo à mostra, algumas falhas, entradas nas laterais, fios que estão mais claros que o normal, quantidade de cabelos da nuca muito maior que a do topo da cabeça e queda de fios finos. 

“São essas as essas queixas que escuto dos pacientes diariamente em meu consultório.  São muitas as causas de rarefação capilar, mas causa mais comum é a alopecia androgenética, nome científico da calvície feminina e masculina. É uma condição que gera um grande impacto emocional nas mulheres e também nos homens”, completa.

A especialista indica que ter familiares próximos, como pais e irmãos, com histórico de calvície aumenta a probabilidade de desenvolver a condição. Porém, ela também pode acontecer sem histórico familiar conhecido.

Como já te contamos por aqui, é mais comum nos homens do que nas mulheres, porém isso não indica que é uma condição rara no sexo feminino. “Estima-se que cerca de 30% das mulheres possam desenvolver algum grau de calvície ao longo da vida. Na maioria dos casos, a calvície feminina manifesta-se como um afinamento progressivo dos cabelos, especialmente na região frontal e na parte superior da cabeça, em vez de uma perda completa de cabelo.”

Segundo a SBD, a alopecia androgenética é uma condição que se inicia na adolescência (quando o estímulo hormonal aparece), mas costuma ser aparente apenas por volta dos 40 ou 50 anos.

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  • Alopecia de tração

A alopécia de tração acontece em pessoas, geralmente mulheres, que tem hábito de prender os cabelos de forma muito apertada, como em coques, tranças, uso de extensões pesadas ou rabos de cavalo.

“O uso repetido desses penteados causa a perda de cabelos na região frontal do couro cabeludo (parecendo entradas). É uma condição evitável”, afirma a Dra. Cintia.

A Dra. Lilian Brasileiro ainda explica que, na alopecia de tração, os folículos capilares são traumatizados cronicamente, até que eles cicatrizem e deixem de produzir cabelos de maneira definitiva nos lugares onde foram tensionados, ou seja, uma vez cicatrizados, eles nunca mais nascem.

Ou seja, se essa “agressão” durar muito tempo, os fios não nascem mais. Porém, se houver cuidados e o tratamento ocorrer logo no início, os fios voltam a crescer normalmente.

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Quem tem alopecia vai sempre ficar totalmente calvo?

Não. Isso depende de alguns fatores, inclusive do tipo de alopecia que você tem.

“A alopecia areata, por exemplo, pode acometer o couro cabeludo de forma completa, mas tem chances de completa reepilação com os tratamentos. A alopecia de tração pode cessar se os hábitos mudarem. Já alopecia androgenética, se não tratada, evolui para a perda dos cabelos na região central do couro cabeludo”, diferencia a Dra. Cintia.

Quais os tratamentos?

O tratamento para alopecia depende, é claro, do tipo. Por isso, é importante que você procure um dermatologista para que ele possa fazer o diagnóstico preciso e indicar o tratamento adequado.

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A alopecia areata, por exemplo, tem tratamento com medicamentos tópicos, como Minoxidil, corticoides, entre outros.

Já a alopecia androgenética não tem cura, mas há tratamentos bastante efetivos. “A partir do momento que o paciente recebe um diagnóstico de queda crônica  de cabelos, o tratamento geralmente é para toda vida e o seu alvo é engrossar os cabelos finos, impedir que o fios que ainda estão saudáveis também se afinem  e, principalmente, manter os folículos vivos,  já  que nenhum tratamento é capaz de criar um folículo capilar, nem mesmo o implante. Para que o folículo doente se restabeleça, necessitamos de tratamentos que inibam a ação do DHT e aumentem a fase anabólica do folículo para manter seu funcionamento”, conta a Dra. Lilian Brasileiro.

Entre os medicamentos, estão os já conhecidos Finasterida, Dutasterida, entre outros. “Eles agem reduzindo a conversão da testosterona em di-hidrotestosterona (DHT), dificultando a oferta e o acoplamento desse hormônio no folículo, reduzindo assim a miniaturização dos folículos capilares e prolongando o ciclo de crescimento do cabelo. Com isso, espera-se que ocorra um aumento na densidade capilar e uma diminuição na queda de cabelo.”

Outro medicamento conhecido é o Minoxidil, que pode ser tópico ou oral. Ele aumenta a circulação do couro cabeludo e prolonga a fase de crescimento do cabelo (fase anágena), estimulando os folículos capilares.

“É importante ressaltar que o uso de minoxidil oral para a queda de cabelo é considerado off-label, o que significa que o medicamento não foi originalmente aprovado para esse fim, mas sua eficácia está muito mais que comprovada em centenas de  publicações científicas”, pondera a Dra. Lilian.

Lembrando: medicamentos precisam de prescrição médica e acompanhamento de um dermatologista.

Além das medicações, há terapias regenerativas, como microenxertos, e o uso de laser para tratamentos capilares.

Por fim, ainda temos o implante capilar, que é usado em casos mais graves, onde houve a morte significativa de folículos capilares.

“O implante capilar é um procedimento cirúrgico, no qual transportamos os folículos capilares da área não dependente de DHT (na nuca) para as áreas onde se deseja uma cobertura. A técnica mais utilizada nos dias de hoje é a de extração de unidades foliculares, fio a fio e sem cortes  (FUE, na sigla em inglês)”, finaliza a médica..

Os resultados do implante capilar são, geralmente, permanentes, pois os folículos transplantados são resistentes à queda de cabelo. No entanto, o tratamento clínico dos outros folículos nativos deve ser mantido.

Alopecia de tração: os cuidados

Falando em alopecia de tração, ela é uma condição evitável. Porém, se a agressão durar muito tempo, ocorre uma fibrose (formação de cicatrizes) e os fios não crescem mais. Porém, se a condição for tratada logo de início, antes da fibrose, o cabelo volta a nascer.

Aqui algumas dicas uteis para evitar a alopecia de tração:

  1. Evite penteados apertados, que puxem excessivamente o cabelo ou coloquem pressão nos folículos capilares.
  2. Evite manter o mesmo penteado por um longo período. Dê ao cabelo a oportunidade de descansar e se recuperar entre os penteados.
  3. Atenção ao uso de excessivo de extensões. O uso frequente pode colocar uma carga adicional aos folículos. Não as mantenha por longos períodos e permita que o cabelo descanse regularmente.
  4. Cuide do seu couro cabeludo. Além da limpeza, faça massagens para melhorar a circulação sanguínea local.
  5. Gentileza ao pentear. Use pentes e escovas de dentes largos, desembarace com cuidados e paciência.
  6. Evite dormir com cabelo preso e com elásticos que possam causar tensão. Use fronhas/toucas de seda ou cetim para reduzir o atrito e a quebra.
  7. Evite  escovar os cabelos tracionando, principalmente os fios mais delicados, como franjas, entradas e costeletas.

Notou queda de cabelo cabelos na região frontal do couro cabeludo? Procure um médico para que o tratamento seja feito logo no início.

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Referências usadas para esse texto

Alopecia Areata

Alopecia (calvície, queda de cabelos)

Alopecia areata: revisão e atualização

Alopecia Androgenética

Alopecia de Tração

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