A pele que eu vivo é uma história ancestral

A pele que eu vivo é uma história ancestral

Uma conversa sincera de um homem negro que aprendeu a cuidar da pele com 31 anos.

O cuidado com a pele que eu vivo honra a trajetória de cada ancestral que compõem a minha história

Por: Will Marinho

A primeira vez que vivi a minha pele foi algo bem recente, com 31 anos. Não que durante todo esse tempo eu não residisse dentro dela, mas vivê-la de fato é outra história. Aliás, por falar em história, a minha pele já sofreu muito antes da minha existência física. Afinal, nasci com a cor que uma parte das pessoas no mundo menosprezam, insultam falam os maiores absurdos. O racismo estrutural fez com que eu odiasse a minha primeira casa ancestral.

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Mas, durante todo esse tempo, algo me inquietava: não era justo me odiar por conta do que os outros achavam sobre a minha pele. Afinal, a pele que eu vivo era sim, uma história ancestral. Nesse caminho, comecei a buscar a história dos meus ancestrais, e descobri que a "rotina da pele" já era feita em África há muitos séculos. Alguns documentos apontam que os antigos egípcios tomavam banho três vezes ao dia. A prática era vista como uma forma de limpar o corpo e alma. Além disso, depois cada banho, os egípcios perfumavam a pele com aromas diversos para agradar os deuses.

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A ancestralidade da pele no meu país

Já no Brasil, os africanos escravizados também viviam a sua pele com o olhar de cuidado e memória, principalmente antes dos rituais religiosos. Os banhos com ervas aromáticas desempenhavam uma papel de cuidado e purificação. Ou seja, os meus ancestrais já viviam uma história sagrada com a pele anos antes disso ser incorporado a nossa rotina atual. Depois que entendi a história, era hora de sentir isso, na prática.

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Primeiro, precisei vencer o machismo e as famosas "crenças limitantes" de que a "pele negra não precisava de cuidados" ou "que era bobeira usar um produto para a pele". Feito isso, me abri para um novo universo, onde a minha rotina para a pele tinha um papel de dupla conexão: uma comigo mesmo e outra com a minha ancestralidade. Cada vez que lavo meu rosto com um Limpador Facial ou uso um Protetor Solar Corporal, eu cuido mais um pouco da minha primeira casa ancestral.

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Em tempos, onde o ódio se faz presente apenas por sermos quem somos, "viver a minha pele" se resume em um verbo: reexistir. Como diz o rapper Emicida: "já se ligou que "reexistir" parece "existir" duas vezes?"

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