Plantas em casa: a saúde das plantas

Plantas em casa: a saúde das plantas

Agora que você já está afiadíssimo em como levar as plantas para seu apartamento, vamos levar o assunto adiante e falar de saúde das plantas?

 

Foto: Lincon Catto (@el.catto)

A essa altura da nossa série especial sobre plantas em apartamento, você já está ficando afiado: sabe o que deve considerar antes de comprar seu primeiro vaso, já está ligadíssimo em tudo que gira em torno das regas e até aprendeu que dá para montar uma horta nada convencional na sua casa, garantindo temperos fresquinhos todo dia. Delícia, né?

Há mais duas coisas essenciais, porém, que a gente deve aprender e pesquisar para garantir que aquela planta linda que você levou para sua casa e que já tem luz e água na medida certa floresça linda e saudável: como adubar e podar as plantas que temos em casa. Vambora?

"A graça da planta não é só ser bonita: ela vai melhorar a umidade do ar, a energia da sua casa..."

Lincon Catto

O adubo

Zero mistério na palavra, né? Até os menos familiarizados com o universo das plantas sabe o que é adubo. De qualquer forma, chamamos o jardineiro Lincon Catto mais uma vez para explicar sua importância: "Assim como você precisa de uma alimentação equilibrada, sua planta também precisa de nutrientes. Pensa que cada vez que você rega sua planta, aquela água vai levando embora com ela terra, nutriente e até pedrinhas do seu vaso". Para repor todos esses nutrientes que já vêm equilibradinhos no vaso que você compra, é preciso cuidar daquela terra.

Isso entendido, você chega na loja, pronto para comprar seu adubo, e dá de cara com as opções: adubo orgânico e fertilizante. E agora, qual escolher? O orgânico, como o próprio nome já diz, é 100% natural. Já o fertilizante, mineral, é químico. "O mineral vai entrar no vaso e dar aquele efeito imediato, mas a longo prazo vai destruir toda a terra. Você vai acabar precisando trocar de vaso, repor terra... Não é muito legal", alerta Lincon. "Fora que você tem que aprender fazer todo um cálculo para saber exatamente quanto de terra tem naquele vaso e o quanto de fertilizante vai ter que usar." A conclusão? Prefira sempre os orgânicos.

"O adubo orgânico é mais lento, é paz e amor. Quando ele vem ele arrasa, e mesmo atrasando mais, ele não interfere na saúde da terra: se você colocar a mais não tem problema, sua planta não vai morrer", explica Lincon.

A melhor maneira de entender o que sua folha precisa, na grande maioria das vezes, é ler suas folhas. Há diversos gráficos na internet que te dão um bom norte do que sua terra precisa ter para sua planta continuar crescendo saudável, como esse aqui.

Foto: Lincon Catto (@el.catto)

 

É aí que entra aquela outra palavra que todo mundo já conhece muito bem:

A composteira

Sabe aquele líquido preto que fica no fundo da composteira, o chorume? Então: ele é riquíssimo em nutrientes e, adivinha? É excelente para as suas plantas. A dica do Lincon é utilizá-lo como um adubo: "Não é incrível pensar no ciclo de que o resto de tudo o que você come vira nutriente para suas plantas também?", suspira Catto (que, a essa altura, você já notou, é um dos maiores apaixonados por planta que você conheceu). É incrível sim.

"Dá para fazer o chá de banana para dar potássio, borra de café, dá para triturar casca de ovo para produzir um suplemento de cálcio, tudo isso serve de adubo. Mas você sabe se sua planta está necessariamente precisando de potássio?", questiona. Outro problema, ele explica, é colocar tudo isso na terra, regar com água e ver seu vaso em pouco tempo repleto de bichos, que podem inclusive matar sua planta. "Se você já tem um chorume que reúne tudo isso, é bem mais legal", afirma.

Foto: Lincon Catto (@el.catto)

A terra

Ainda dentro desta seara de nutrientes e a terra perfeita para a sua planta, você vai dar de cara com o substrato, que é basicamente o que preenche o vaso, a matéria orgânica que você mistura nele, além da terra.

"Há plantas que gostam de substratos mais cheios de matéria orgânica, como pedacinhos de casca de árvore, uma coisa mais aerada. Esse substrato é para uma raiz mais vibes, que gosta de ter espaço para andar", explica Lincon. "A maioria das plantas fica bem só na terra, mas a gente tem que pensar num bônus para a planta ficar ainda mais feliz: espaço. A orquídea, por exemplo, adora vaso furado. Pode perceber: a raiz da orquídea nunca fica só para dentro da terra, ela sai pelo vaso, por isso aqueles furinhos."

Às vezes, Lincon ensina, se sua planta não está crescendo, o problema não é o vaso, como tanta gente pensa, e é rápida em trocá-la: "Se a planta crescer muito, a raiz vai bater no vaso e voltar. E aí você acaba com um vaso quase sem terra, que foi embora com as regas, com mais raiz do que terra. Nesse caso sim, você deve trocar o vaso." De resto, melhorar as condições da terra para cada raiz pode ser o suficiente.

Sabe qual é o melhor indicativo do que sua planta precisa? Suas folhas. Em sites especializados você encontra

Exemplos de mistura para substrato:

Para você entender melhor o que é o substrato, pegue como exemplo o cacto e a suculenta: A mistura do substrato dessas espécie é de uma medida de terra para uma medida de areia. "Pensa assim: quando você apertar a terra na sua mão e depois abri-la, ela tem que se desmontar inteira. Isso é tudo que o cacto precisa para sua raiz deslizar. A raiz do cacto é super fininha, bem delicada, ela precisa desse aerado. Pode até procurar na internet: a raiz do cacto anda quilômetros no deserto!"

A poda

Foto: Lincon Catto (@el.catto)

 

Lincon afirma que a poda entra em jogo só quando sua planta estiver "atrapalhando" com seu tamanho, como no caso da jiboia, que cresce bastante, ou quando uma flor morre, uma folha amarela, um galho dissipa: "A poda deve ser sempre na diagonal, que é onde a seiva escorre, e entre dois nós. Com a poda, você impede que a planta gaste energia para uma parte dela que não vai mais vingar. Pode cortar sem dó."

Outro tipo de poda é de ervas, como manjericão, por exemplo: o ideal é você cortar logo as flores que forem aparecendo, para que aquele pé não fique gastando energia com elas e sim com as folhas, que é o que você vai consumir.

E sabia que o que você poda pode virar outra muda? "Você poda, põe aquele galho na água e vai ver que com o tempo vão começar a nascer raizes - você vai ter uma planta hidropônica, que é tudo", diz. "Depois você a aduba na água se quiser, ou, depois de um ou dois meses, com uma planta mais volumosa, pode passá-la para um vaso, para criar outra muda. Dá pra fazer isso com várias plantas: espada de São Jorge, todos os ipsalis, fica lindo." O mais legal? Essas mudas podem virar até presente para os amigos.

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