Acho que quase todo mundo já ouviu falar de melanina, né? Esse pigmento que dá cor a nossa pele. Mas, afinal, por que isso é importante? Ela só faz isso no nosso corpo? A pele negra, de fato, tem mais melanina? Bom, estamos aqui para explicar tudo sobre esse assunto!
O que é melanina?
A melanina é um pigmento proteico que é encontrada em animais, plantas, fungos e bactérias.
Como nos conta o artigo Melanina: Um Pigmento Natural Multifuncional, estudos paleontológicos mostram que os melanossomos (ligados a produção de melanina) estavam presentes desde o final da Era Jurássica. Ou seja, na escala evolutiva, a melanina sempre esteve por aí.
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E tem mais uma coisa curiosa! O termo vem do grego e significa "preto". Ele foi utilizado pela primeira vez em 1840 por um químico sueco chamado Berzelius para falar dos pigmentos presentes em animais de cor escura. Desde então, é usado para descrever o pigmento natural.
Qual a função da melanina no corpo?
Falando especificamente do corpo humano, a melanina tem algumas funções primordiais e, pelo menos uma, você deve imaginar qual é:
- Pigmentação: é responsável por dar cor para nossa pele, olhos, pelos e cabelos;
- Proteção contra raios UV. Quando a gente se expõe ao sol, há uma hiperprodução de melanina para proteção da radiação UV que penetra nossa pele e causa lesões no DNA;
- Supressão de radicais livres.
Como se forma a melanina?
O processo se chama melanogênese. De forma simples e resumida, tudo começa nos melanócitos, células que produzem a melanina e que ficam no fundo da epiderme. Elas usam um aminoácido essencial, a tirosina, para fazer a síntese.
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Para ficar mais simples: lá nos melanócitos a produção de melanina é feita pelo aparelho de Golgi, que conta com a enzima tirosinase. Essa enzima vai ser responsável por oxidar o aminoácido essencial tirosina. Esse aminoácido, no processo, se transforma na melanina.
E como isso vai gerar a cor da pele? Todo esse pigmento produzido pelos melanócitos se acumula em pequenas vesículas, os melanossomas, e são transportados até os queratinócitos da superfície da pele, dando a coloração que conhecemos.
Quais os tipos?
Sim, tem tipos! Mais precisamente a melanina se se subdivide em dois tipos:
- Eumelanina: pigmento preto/ marrom
- Feomelanina: pigmento vermelho/amarelo.
A proporção das concentrações de cada uma delas é que é responsável pelo fototipo de cada pessoa.
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"Por isso, quando falamos que pessoas de pele negra tem mais melanina que pessoas de pele claro, não é correto. O que difere, na verdade, é a diferença na quantidade de cada melanina: eumelanina e feomelanina", afirma Renata Ribon de Melo, pesquisadora da equipe de P&D. "A pele negra tem mais melanina do tipo eumelanina, comparada a pele clara, e esse tipo de melanina tem maior proteção", completa ainda.
E tem mais um ponto. Muito se engana também quem pensa que pessoas de pele negra tem mais células que produzem melanina. "Isso é um mito. Temos o mesmo número de melanócitos. A diferença é o grau de atividade. Isso quer dizer que o melanócito da pele negra atua mais, produz maior quantidade e os melanossomas (bolsinhas que carregam o pigmento) são maiores", já nos explicou a Dra. Monalisa Nunes, dermatologista consultora da Sallve.
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Além da divisão dos tipos, ainda há ainda mais dois subtipos:
- Melanina constitutiva: é a melanina que já possuímos, na proporção definida pela genética.
- Melanina facultativa: é a melanina hiperproduzida. “Quando nos expomos a radiação solar, a melanina aparece como forma de proteção para a pele e resulta no 'bronzeado' que conhecemos”, exemplifica Renata Ribon de Melo.
Distúrbios de pigmentação
É bom dizer que durante a vida, não temos queda na produção de melanina, como acontece com alguns outros componentes do nosso corpo. Só em casos de um distúrbio de pigmentação, onde há um desequilíbrio.
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"Em casos de patologia, o melanócito (responsável pela produção de melanina) é atacado. Alterações autoimunes, em que o próprio sistema imunológico ataca os melanócitos, doenças hereditárias que passam de pais para filhos, lesões na pele, como queimaduras ou exposição a substâncias químicas", afirma a pesquisadora da Sallve, Renata Ribon de Mello.
Alterações de pigmentação podem se subdividir em:
- Despigmentação: perda total do pigmento, quando anticorpos destroem o melanócito, por exemplo.
- Hipopigmentação: quantidade anormalmente baixa de melanina, podendo gerar manchas brancas.
- Hiperpigmentação: aumento na produção de melanina, gerando, por exemplo, uma mancha.
Como as manchas se formam?
Pra fechar esse papo, falando em manchas, talvez você tenha ficado curioso para saber como elas se formam.
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As manchas se formam por conta de um desequilíbrio. "A mancha não é algo natural da pele. É normal, sim, a gente ter diferentes tons no rosto, mas a mancha propriamente dita é uma desregulação, que pode acontecer por vários fatores", alerta a especialista.
Um dos fatores mais comuns é a exposição solar, mas elas também podem surgir por conta de irritações, inflamações, alterações hormonais e até a genética (como as sardas, por exemplo). Também há diferentes tipos e formações de manchas.
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"A formação vem de uma irritação do melanócito. Toda vez que o melanócito (célula de defesa) se sente ameaçado ou irritado - seja por sol excessivo, uma irritação, um arranhão, uma batida -, temos como reflexo essa produção exacerbada de melanina. É mais ou menos assim que as manchas se formam", finaliza a Dra. Monalisa Nunes.
Artigos e referências usados para este texto
Papel do metabolismo de triptofano e do interferon na melanogênese
Melanina: um pigmento natural multifuncional
Como funciona o processo de produção de melanina
Considerações gerais sobre a pigmentação da pele
Vale lembrar! Consultar um (a) dermatologista, é sempre a opção mais correta e saudável para cuidar da melhor forma possível da sua pele, combinado?
Quer saber mais sobre algum assunto? Tem alguma dúvida ou sugestão? Fale com a Sallve. A gente adora trocar experiências!
