Quem aqui tá dando conta de acordar motivado e de produzir/trabalhar/estudar em tempo integral como se estivesse tudo bem ao nosso redor? Podemos até arriscar a dizer que estamos vivendo a era do cansaço. Mas vamos nos apoiar um ao outro, buscar ou oferecer ajuda e encontrar formas simples e ao nosso alcance que possam nos dar um pouco de alívio?
+ O meu, o seu, o nosso corpo cansado
O cansaço bateu ai também?
As vezes a gente encara com muita leveza, quase com descaso, o nosso cansaço. Mas olha só, cansaço é coisa séria, viu? Não é uma nossa frescura, um exagero ou preguiça / falta de vontade. É uma mensagem do nosso corpo pra te dizer: eu não estou aguentando, viu? Pra te dizer: ei, vamos pegar mais leve?
O primeiro passo quando sentimos que não estamos dando conta, é procurar ajuda. Seja com o cansaço físico ou o mental (que a gente já vai explicar em seguida), é importante uma avaliação médica. Um outro passo que a gente pode dar é o de pedir ajuda ao nosso redor (dividir os afazeres da casa, por exemplo) e resgatar situações que nos dão prazer, que nos reconectem com nós mesmos.
Pode ser a leitura, preparar uma receita sem pressa ou se dedicar a montar um vaso de plantas em casa - já viu o post em que a gente te ensina a preparar uma hortinha em casa com o que você já tem na cozinha?
+ Plantas em casa: por onde começar?
Pode ser também o contato com um animal de estimação. A gente sabe que eles alegram a casa e são uma ótima companhia. Mas vai além disso: um estudo da Universidade de Washington comprovou cientificamente que acariciar um cachorro ou gato por pelo menos dez minutos ao dia abaixa consideravelmente o estresse. O contato com o animal age nos níveis de cortisol, o hormônio ligado as situações de estresse.
+ Adoção responsável - A melhor companhia em todas as horas
Os sinais do cansaço
Vamos entender melhor o cansaço? O médico psiquiatra Fernando Fernandes, do HCor aponta que o corpo nos envia sinais de alerta, antes do colapso.
Entre eles estão as dores de cabeça (quando frequentes devem ser avaliadas); dores pelo corpo (as atividades relaxantes e os exercícios físicos podem ajudar a aliviar a contração muscular); distúrbios do sono (insônia ou acordar cansado); falta de concentração; e irritabilidade (estresse psicológico).
A pandemia tem uma grande participação nesse cansaço que andamos sentindo. Afinal, nos vimos obrigados, da noite pro dia, a administrar "diversas camadas de preocupação e estresse superpostas (projetos e rotinas bruscamente alterados, medo da doença e da morte, preocupações financeiras, distanciamento social, entre outros)", aponta o especialista.
Por isso é tão importante a gente aprender a se conhecer, aprender a ouvir o que o nosso corpo nos está dizendo. O HCor Associação Beneficente Síria aponta que o "excesso de cobranças, a preocupação e o estresse podem fazer o cansaço evoluir para o esgotamento". Ou seja, o famoso burnout.
O Léo Hackin, que faz parte do time aqui da Sallve, sentiu na pele o burnout em 2018. E foi assim que ele aprendeu que era preciso se organizar e separar as coisas para viver bem. Foi o que o levou a procurar por práticas alternativas para reencontrar o equilíbrio, entre elas as técnicas budistas "SAMU" e o "zazen".
+ SAMU: a prática contemplativa da organização
A meditação também pode nos ajudar muito - e podemos fazê-la em casa, com apps que nos guiam. Aprender a desviar os pensamentos da constante preocupação, a prestar atenção na nossa respiração e nos dar uns minutos ao dia para se desligar de tudo ao nosso redor, pode fazer um bem enorme, e nos ajudar a relaxar.
+ Começar a meditar pode ser muito mais fácil (e viciante!) do que você imagina
Cansaço físico
O cansaço físico ou, chamado também de fadiga adrenal, é uma resposta do corpo a exposição prolongada ao estresse. O que acontece é que o nosso corpo lê essa mensagem como uma ameaça e libera hormônios para que os músculos se contraiam. Por isso sentimos dores no corpo (por conta da adrenalina) e podemos encontrar alívio nos exercícios físicos leves e relaxantes.
+ Exercícios que você pode fazer em casa para espantar o sedentarismo
Lembra quando a gente falou aqui do método pomodoro? Essa pode ser uma boa proposta para iniciar a repensar o nosso ritmo. A técnica propõe que você você se levante da mesa de trabalho ou estudos a cada 25 minutos para respirar, dar uma esticada, uma alongada e beber um copo de água.
Depois de quatros pausas rápidas, você faz uma que leva de 15 a 30 minutos. Levantar da cadeira e dar uma espreguiçada, arcando as costas para trás, já contribui a aliviar a posição de quem passa o dia inteiro sentado.
E a técnica, que a prima vista pode até te parecer uma perda de tempo, é uma ótima aliada a ajudar a relaxar e vai influir positivamente, inclusive, na tua produção de trabalho ou estudo.
Fadiga mental / emocional / criativa / social
Vivemos em um ritmo acelerado, com informações a todo tempo ao nosso redor. Pare e pense: você consegue se desligar completamente por duas horas ao dia? Sem televisão ou sem o smartphone apitando que chegou e-mail, mensagens, novas fotos, notícia....
+ Um pouco de silêncio ao dia para se viver bem
A fadiga mental (que pode ainda ser chamada de cansaço emocional ou de bloqueio criativo), nada mais é do que o nosso cérebro nos dizendo (através da dor de cabeça, irritabilidade, indisposição, etc) que está cansado, que precisa desacelerar um pouquinho - e ela não é exclusiva dos adultos, pode acontecer também com crianças.
Ela pode aparecer também por conta de uma alta carga de trabalho ou estudo, por distúrbios do sono, como efeito colateral de um tratamento medicamentoso, como ainda por conta de uma dieta desequilibrada.
É de extrema importância uma consulta com um médico, que irá avaliar o quadro com exames clínicos que descartem patologias (por exemplo, anemia) que também podem originar todos os sintomas. O especialista indica que o ideal é "adotar uma alimentação saudável, prática de exercícios físicos e dedicar tempo para coisas que te dão prazer".
+ A nossa alimentação está melhorando?
Aqui entra ainda um novo cansaço, bem caraterístico dessa época que estamos vivendo. Uma pesquisa inglesa da BBC Worklife apontou que a pandemia trouxe também a "fadiga do zoom", ou, o cansaço social. O que não deve soar nada novo para quem tem mantido a vida social através de uma tela de computador ou telefone, não é mesmo?
O estudo confirma que os encontros online são mais cansativos que os de presença física, principalmente por conta da falta da linguagem corporal, do olho no olho, somado a instabilidade de conexão.
Outro ponto que levanta o estudo é que as pessoas tímidas sofrem mais por conta dessa exposição online e que se sentem como se estivessem se apresentando em um palco. E como a gente pode aliviar isso? Enquanto dependemos dessas ligações para cuidarmos de nós mesmos e dos outros, podemos ser o menos invasivos possível. Um exemplo? Se o encontro não está marcado, manda uma mensagem antes de mandar uma vídeo chamada pelo Whatsapp. É com equilíbrio que a gente vai enfrentando esse cansaço. E com a ajuda, ele pode ficar um pouco mais leve.
Queremos saber de você. Como tem se sentido? Vamos conversar? A Sallve está aqui pra te ouvir - nos conte no espaço dos comentários quais são as tuas técnicas de alívio e de relaxamento. Adoramos trocar experiências ;)