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Lúpulo: como um ingrediente da cerveja pode ajudar a pele sensível?

Tem tudo a ver com a percepção do gosto amargo e receptores da nossa pele. Vem saber mais!

É cada vez mais frequente o diagnóstico de peles sensíveis e a busca por ativos que ajudem a tornar a vida das pessoas mais confortável dentro desse tipo de pele. Isso sem contar com as vezes que nossa pele fica sensibilizada mesmo, como após a depilação ou naquele dia que você exagerou no sol, por exemplo. E, entre ativos modernos e tecnológicos da indústria cosmética, surge um que é velho conhecido do público, mas não exatamente para a pele: o lúpulo!

Sim, um dos mais conhecidos ingredientes da cerveja é incrível para nossa pele e, provavelmente, você não fazia a menor ideia. Mas calma que a gente vai explicar todos os detalhes por aqui.

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Crédito: Raw Pixel

O que é o lúpulo?

O lúpulo (Humulus Lupulus) é uma planta trepadeira nativa da Europa, Ásia Ocidental e América do Norte. Tem compostos como a humulona, lupulona ou xantohumol, que são responsáveis por dar à planta um sabor intenso e amargo.

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Os frutos secos do lúpulo são comumente utilizados para dar o sabor amargo à cerveja, mas inicialmente também foram utilizados pelo seu efeito conservante no transporte internacional para colônias britânicas na Ásia. É altamente usado nas cervejas IPA (India Pale Ale), por exemplo, justamente por seu sabor e aroma característicos.

"O lúpulo, por si só, já tem propriedades calmantes e benefícios para o corpo e para mente, além de ser muito relacionado a questão da cerveja. Ele é recomendado em chás de ervas para ajudar no relaxamento e no sono. Ele também tem muitas vitaminas, o que ajuda a refazer o sistema imunológico, e melhora a defesa do nosso organismo. É um poderoso antioxidante também, tem ação antisséptica e anti-irritantes", conta a pesquisadora Renata Ribon de Melo, especialista em Pesquisa e Desenvolvimento da Sallve.

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A resina do lúpulo ainda apresenta um mecanismo de ação sobre a modulação dos receptores do neurotransmissor GABA (ácido γ-aminobutírico), inibidor do Sistema Nervoso Central (SNC), que dá à planta um efeito calmante tradicional que se origina dos seus ácidos amargos, em particular do seu componente alfa-ácido. E muito por isso é que a planta também é conhecida por seu uso medicinal, por seu efeito tranquilizante e calmante.

Vale lembrar ainda que as flores de lúpulo também são conhecidas por suas propriedades antioxidantes e antibacterianas.

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Tá, mas e a pele, Sallve? Em resumo, o lúpulo tem função protetora, defensiva e é muito relacionado a uma sensação de bem-estar e calma. Tudo a ver com as famosas peles sensíveis, reativas e sensibilizadas, né?

O amargor e a pele

Para falar como lúpulo age da pele, a gente precisa dar um passo atras e abordar sua principal característica, o amargor.

A percepção do gosto amargo nos humanos é mediada por nada menos do que 25 receptores sensoriais de sabor amargo (Bitter Taste Receptors, T2R), que ficam nas papilas gustativas da nossa língua. Eles são ativados quando você come um chocolate com alta porcentagem de cacau, toma café ou aquela cerveja tradicional de todos os finais de semana.

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Mas a verdade é que há indicativos que esses receptores do sabor amargo não ficam apenas na língua, mas também são expressos em várias regiões do corpo, não apenas como parte do sistema gustativo. E adivinha só onde esses receptores também estão? Sim, na nossa pele - especificamente 23 dos 25 receptores sensoriais de sabor amargo conhecidos até agora são expressos principalmente na epiderme, sendo dois deles (TASR1 e TAS2R38) diretamente nos queratinócitos, as células que formam a camada mais superficial da pele.

Além disso, existem evidências científicas entre a relação desses receptores sensoriais e seu papel imunomodulador em doenças inflamatórias crônicas da pele. Eles provocam um aumento em peptídeos antibacterianos como a proteína β-defensina 3, que são fundamentais para proteger contra infecções, inflamações e curar feridas, além de estar muito relacionada à defesa contra bactérias como a Staphylococcus Aureus, que desencadeia a cascata inflamatória típica da dermatite, por exemplo.

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"O lúpulo tem uma afinidade com receptores da nossa pele, os receptores do sabor amargo, que também foram identificados na nossa epiderme. Algumas pesquisas e artigos mostram que a expressão desse gene, que é o T2R38, é maior em peles lesionadas de indivíduos com dermatite atópica. Isso mostrou que ele pode ser um alvo terapêutico. Se ele está ali em uma maior expressão, como a gente pode atingir ele para ser um alvo terapêutico? Como o lúpulo tem essa expressão com os receptores do sabor amargo, ele se mostrou um excelente alvo terapêutico para atingir esse receptor da nossa epiderme", complementa Renata Ribon.

Outro ponto é que quando os receptores sensoriais do sabor amargo são ativados, o cálcio é um dos mensageiros liberados. O cálcio tem propriedades conhecidas em vários dos nossos tecidos, principalmente ajudando a manter a barreira epidérmica forte e estável, o que é essencial para proteger das agressões externas diárias.

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Crédito: Unsplash/ Markus Spiske

O que o lúpulo faz pela pele?

O lúpulo ativa receptores sensoriais do sabor amargo e com isso consegue garantir a função protetora de barreira, além de acalmar a pele. Lembrando que a pele garante a sua função de barreira protetora contra as agressões externas essencialmente com 4 mecanismos de defesa e o lúpulo atua em todos eles:

  1. Barreira microbiológica: o lúpulo atua sobre os principais patógenos (qualquer organismo que pode produzir doença) da microbiota da pele. por exemplo, a bactéria Staphylococcus aureus está relacionada aos processos inflamatórios das dermatites. Controlar sua presença e favorecer a de bactérias saprófitas, como Staphylococcus epidermidis, ajuda a manter uma microbiota saudável. O ativo atua justamente aí: aumentando as colônias de bactérias "boas", como a S.epidermidis, limitando a presença das bactérias ruins, como a S. aureus.
  2. Barreira química: o lúpulo ativa a expressão da proteína β-defensina 3, que promove proteção contra infecções, processos inflamatórios e cicatrização, reforçando a barreira química.
  3. Barreira física: o ativo otimiza a matriz extracelular e melhora a estrutura do colágeno da pele e, assim, reforça a barreira física da pele.
  4. Barreira imunológica (células defensivas): o lúpulo inibe a resposta inflamatória, deixando a barreira imunológica forte.

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Quais os benefícios do lúpulo para a pele?

Como dissemos, ele ativa os receptores sensoriais do gosto amargo da pele e, com isso, age em uma cascata de benefícios, principalmente para peles sensíveis e reativas:

  • reforça a barreira protetora da pele, atuando em todos os mecanismos de defesa
  • reduz e previne a reposta inflamatória ao inibir as citoquinas pro-inflamatórias (moléculas associadas a inflamação).
  • deixa a pele reativa mais resistente à inflamação
  • diminui a vasodilatação e retarda o início da irritação
  • previne e reduz a vermelhidão
  • neutraliza a sensação de queimação
  • tem ação antioxidante, ajudando a retardar a degradação de tecidos celulares

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Sustentabilidade

Sempre que falamos de inovações da indústria cosmética, também é importante ressaltar um ponto: sustentabilidade, respeito a biodiversidade e ao meio-ambiente são de extrema importância. É de extrema importância que você saiba de onde vem os ativos e se eles têm produção sustável de fato, além de serem veganos e cruelty free, por exemplo.

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Aqui na Sallve, obtemos uma variedade de lúpulo plantado com valores de cultivo ético e responsável, vindo de empresas familiares. Ele vem como subproduto da produção artesanal de cerveja, com certificação ecológica em reconhecimento da qualidade, autenticidade e carácter sustentável da sua operação. No processo de cultivo, há cuidados do início ao fim (do plantio à colheita e distribuição), garantindo todos os padrões de qualidade.

Spray Reparador

Um spray que acalma, reduz a vermelhidão e repara a barreira da pele. Desenvolvido especialmente para peles sensibilizadas, seja por depilação, condições de pele ou até por exposição solar excessiva.

Sua fórmula possui o alto poder hidratante e anti-inflamatório do pantenol combinada a ação calmante do bisabolol. além disso, conta com phytoesqualano e lúpulo, que proporcionam hidratação e alívio para a pele. Com uso facial ou corporal, a fórmula possui eficácia clinicamente comprovada na redução da vermelhidão e alívio da pele em até 30 minutos. também repara a barreira cutânea, garantindo uma pele mais íntegra e hidratada.

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